Risco de transição para mundo mais sustentável parece muito mais difícil, diz presidente do Banco Central
Campos Neto disse que quando a transição começar a bater no preço de alimentos e de energia, os governos vão questionar

Foto: José Cruz/Agência Brasil
Nesta sexta-feira (12), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que o risco de transição para um mundo mais sustentável parece muito mais difícil e avaliou que esse processo será duro. A fala foi feita durante a participação de Campos Neto em um seminário sobre sustentabilidade promovido por comissões do Senado Federal e da Câmara dos Deputados em Lisboa, Portugal.
O presidente do BC também afirmou que o volume de investimento em energias sujas tem contribuído para a alta da inflação. Ele diz que isso ocorreu em um momento de mudança da demanda para consumo de bens em detrimento de serviços, por conta da pandemia, e a produção de bens necessita de muito mais energia elétrica.
Campos Neto ainda ressaltou que quando a transição para o mundo mais sustentável começar a bater no preço de alimentos e de energia, como está ocorrendo agora, “obviamente governos vão se questionar”. Ele voltou a melhor forma de buscar recursos para projetos de sustentabilidade e de energia limpa é por meio do mercado de carbono
O dirigente do BC também criticou propostas que envolvam a tributação das emissões de carbono. “A gente está ouvindo muito falar sobre imposto de carbono. Achar que governos alocam recursos melhor que o mercado é um erro, nós sabemos disso muito bem no Brasil. Então nós não podemos cair nessa armadilha de imposto de carbono aqui e ali, se o mercado vai de fato funcionar é o mercado de crédito de carbono”, afirmou Campos Neto.


