RJ: Justiça solicita afastamento de subsecretário de Administração Penitenciária
Ele é suspeito de extorquir dinheiro de presos por laudos médicos

Foto: Reprodução/TV Globo
A justiça determinou, na última segunda-feira (10), o afastamento de um subsecretário e três inspetores da Secretaria de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro por suspeita de corrupção. A decisão ocorreu após a denúncia de um presidiário que afirmou estar sendo coagido e pressionado a pagar propina para conseguir um laudo médico, para conseguir alterar a pena para prisão domiciliar.
De acordo com o preso, identificado como Cleiton Oliveira Meneguit, os pedidos de propina chegaram a R$ 600 mil. O homem enviou cartas à Justiça com detalhes do suposto esquema.
A decisão da 3ª Vara Especializada em Organização Criminosa determinou o afastamento do subsecretário de Tratamento Penitenciário, Lúcio Flávio Correia Alves, e dos inspetores Thiago Franco Lopes, Aleksandro dos Santos Rosa e Márcio Santos Ferreira.
Promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), com apoio do Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaesp), foram mobilizados e cumpriram 10 mandados de busca e apreensão. A secretaria disse que foi notificada e que vai cumprir todas as determinações.
Cleiton sofria de quadro de obesidade e precisou passar por uma cirurgia bariátrica, para reduzir o estômago. O homem precisava do laudo médico, que daria o direito dele se recuperar em casa por 4 meses, em regime de prisão domiciliar.
O detento informou que os agentes penitenciários o retiraram da cela 2 vezes para tentar negociar o valor do laudo médico.
A vítima denunciou que havia uma organização criminosa, formada por policiais penais, atuando dentro da prisão, ele inclusive já havia sido coagido e obrigado a pagar quantias para um grupo de funcionários, e inclusive, enviou as transferências bancárias à Corregedoria para comprovar os pagamentos.
Segundo o detento, o grupo era formado pelos indivíduos citados anteriormente, além de um médico, um enfermeiro, um nutricionista e advogados.
Defesa dos acusados
Na época da denúncia, Thiago Franco Lopes disse que nunca ouviu falar de esquema nenhum de laudos. O homem informou que espera que a investigação mostre que nada de irregular foi feito.
A Fundação Saúde disse que, ao tomar conhecimento da investigação, determinou à empresa que presta serviço para a unidade o afastamento imediato dos três profissionais suspeitos, citados na sindicância.