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Rogério Andrade é transferido para presídio federal em Mato Grosso do Sul

Contraventor é acusado de ser o mandante da morte do rival Fernando de Miranda Iggnácio, em 2020

Por Da Redação
Ás

Atualizado
Rogério Andrade é transferido para presídio federal em Mato Grosso do Sul

Foto: Reprodução/ TV Globo

Rogério de Andrade, maior bicheiro do Rio, foi transferido para o Presídio Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, por determinação da 1ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, nesta terça-feira (12). 

Rogério saiu da Penitenciária de Segurança Máxima Laércio Pellegrino (Bangu 1), no Complexo de Bangu, na Zona Oeste do Rio, no começo da manhã. Ele foi preso durante a Operação Último Ato, realizada no mês passado pela Equipe de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio de Janeiro (Gaeco/MPRJ). 

Andrade é acusado de ser o mandante da morte do rival Fernando de Miranda Iggnácio, em 2020. 

Durante sua transferência o bicheiro saiu de Bangu escoltado por 4 viaturas do Serviço de Operações Especiais (SOE), que é o Grupamento de Escolta Penitenciária da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) e foi encaminhado em uma aeronave da Polícia Federal (PF) para a Base Aérea do Galeão, na Ilha do Governador.

A ida de Rogério para o presídio federal foi confirmada na quarta-feira (6) pelo Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), porém na segunda-feira (4), o Tribunal negou os dois pedidos de habeas corpus (HC), impetrados por sua defesa. 

Entenda a disputa familiar

Castor de Andrade era um dos chefes do jogo do bicho e morreu de infarto em 1997. Iggnácio sempre foi considerado favorito para sucedê-lo, então, assumiu o império e expandiu com máquinas de caça-níqueis. 

Rogério é sobrinho de Castor e sempre teve desavenças com ele. No final dos anos 90, Rogério resolveu investir também no caça-níquel e passou a invadir parte dos negócios de Iggnácio, dando início a uma guerra sangrenta na família: cerca de 50 pessoas foram assassinadas.   

Justiça

O MPRJ tinha denunciado Rogério Andrade pelo mesmo crime, em março de 2021. Mas, em fevereiro de 2022, a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu trancar a ação penal contra o contraventor, alegando falta de provas.  

Rogério retirou a tornozeleira eletrônica em abril deste ano 

A tornozeleira que monitorava os deslocamentos de Rogério, foi retirada em abril deste ano, após uma decisão do ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF). O contraventor ficou quase 1 ano e meio com tornozeleira eletrônica e cumprindo recolhimento domiciliar noturno — não podendo sair de casa após as 18h. A vigilância eletrônica decorria da 2ª fase da Operação Calígula, em agosto de 2022, quando Andrade foi preso ao lado do filho, Gustavo.

A Operação Calígula, deflagrada pelo MPRJ no 10 de maio, teve mais de 30 denunciados, 14 presos e Gustavo e Rogério como foragidos. O nome de Rogério chegou a constar da lista dos mais procurados da Interpol. Entre os presos estavam os delegados Marcos Cipriano e Adriana Belém.

A denúncia do MPRJ que embasou a operação informou que Rogério Andrade expandia seus negócios de exploração de jogos de azar em vasta área geográfica, diante a imposição de domínio territorial com violência, além da prática reiterada e sistemática dos crimes de corrupção ativa, homicídio, lavagem de dinheiro, extorsão e ameaça, dentre outros.

Rogério seria o chefe da organização criminosa que contava ainda com o PM reformado Ronnie Lessa, assassino confesso de Marielle Franco, e a delegada Adriana Belém, que facilitaria as ações do grupo. Gustavo aparecia como o número 2 na hierarquia criminosa montada pelo pai. É também chamado de Príncipe Regente.

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