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Michel Telles

Rogério Fasano, um dos maiores nomes do mercado de luxo no país, fala de transplante de fígado feito pelo SUS

Aos detalhes...

Por Michel Telles
Ás

Rogério Fasano, um dos maiores nomes do mercado de luxo no país, fala de transplante de fígado feito pelo SUS

Foto: Arquivo

Um dos maiores nomes do mercado de luxo no país, Rogério Fasano, de 58 anos, teve que, em plena pandemia, fazer um transplante de fígado. Mudou hábitos de vida, pensou em recorrer a hospitais internacionais, mas ao ver o tempo que ficaria longe da família, e por ter ouvido que a única solução para o problema seria "fazer um testamento", fez a cirurgiua pelo SUS.

"Ninguém troca um fígado por livre e espontânea vontade. Mesmo depois de entrar na fila, procurei vários médicos e acreditei que melhoraria só mudando o estilo de vida. Cortei carnes, embutidos, queijo, leite, parei totalmente de beber. O órgão reagiu, mas logo piorou. O momento chave foi junho deste ano, quando detectaram o câncer. Pelo olhar do meu médico, vi que não tinha jeito. Vi que a fila de transplante do SUS é uma das coisas mais sérias do país. Embora muitos pensem que um empresário ou sobrenome conhecido possa furá-la, isso é impossível e inadimissível. Como uma pessoa pode viver sabendo que tirou a chance de outra? Os critérios são severos e a posição varia de acordo com variantes técnicas e estado de saúde", explicou em entrevista à "Veja".         

A ansiedade para o transplante o fazia ver a lista pelo celular todos os dias. Chegou a ouvir que só teria mais um mês de vida. Alternava medo da morte com esperança. Em determinado momento, dois órgãos que poderiam ter sido para ele, estavam contaminados com Covid-19. Foi finalmente operado em outubro.

"Lógico que tive medo de morrer. Passa tudo pela cabeça, inclusive raiva. Você se pergunta: 'e se eu tivesse me cuidado mais? Por que tanta irresponsabilidade?' Muitas vezes virei noites trabalhando. Isso mexeu comigo. Após a cirurgia, tive uma 'bad trip', que dizem que é causada pela anestesia. Tive a sensação de encontrar meu pai, que faleceu há dois anos, e ele me dava um grande esporro, dizia que não estava na hora de ir".

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