Rombo nas contas públicas vai a R$ 939 bilhões no ano
Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (30) pelo Banco Central
Foto: Agência Brasil
O rombo nominal nas contas públicas, quando o pagamento de juros da dívida é incluído, atingiu R$ 939 bilhões neste ano. O déficit foi entre os meses de janeiro e novembro, segundo o Banco Central.
Além disso, ficou em negativo o resultado primário, quando não considera os encargos da dívida, em R$ 651, o equivalente a 9,58% do Produto Interno Bruto (PIB).
Os dados referem-se ao setor público consolidado, envolvendo governo central (formado por Previdência e Tesouro, além do próprio BC), estados, municípios e estatais.
O resultado primário dá indícios que o governo tem capacidade de pagar as contas, tirando os encargos da dívida pública. Se as receitas são maiores que as despesas, há superávit. Se caso as despesas ultrapassem as receitas, há registro de déficit. O resultado nominal também considera os juros da dívida no cálculo. Em 2020, o governo tem quitado uma média de 7,3% em juros, segundo informado pelo BC.
Desde o começo da pandemia, o governo tem gastado mais, com foco em medidas de combate à crise econômica e na saúde. Além disso, também tem arrecadado menos por causa da queda da atividade e das medidas de restrição, o que também ocasiona aumento no rombo das contas públicas.
Já que a despesa é maior que as receitas, o governo promove títulos da dívida no mercado, com intenção de cobrir essa conta, e paga juros sobre essa dívida. Diante do rombo maior, a dívida também aumenta.
A dívida bruta do governo chegou no mês passado ao equivalente a 88,1% do PIB. Em 2020, o aumento na relação dívida/PIB, até o presente momento, foi de 13,8 pontos percentuais. Isso ocorre em resultado das emissões de dívida para cobrir o déficit, da incorporação de juros nominais e da elevação no preço do dólar.