Rússia anuncia o uso de Avifavir em pacientes com a covid-19 a partir da semana que vem
Testes clínicos mostraram que o remédio combateu o vírus com sucesso dentro de quatro dias na maioria dos casos
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A Rússia anunciou na segunda-feira (1º) que a partir do dia 11 de junho, disponibilizará aos pacientes com a covid-19 o remédio antiviral, registrado com o nome Avifavir. Eles apostam no medicamento para reduzir pressão sobre o sistema de saúde do país e a aceleração do retorno das atividades econômicas.
De acordo com a Reuters, citando informações dadas pelo chefe do fundo soberano RDIF, a empresa responsável pelo medicamento o fabricará em quantidade suficiente para tratar cerca de 60 mil pessoas por mês.
Kirill Dmitriev, chefe da RDIF, disse à Reuters que cientistas russos otimizaram o remédio para usá-lo no tratamento de pacientes com Covid-19, e que Moscou compartilhará os detalhes dessas modificações dentro de duas semanas.
Rodrigo Brindeiro, virologista e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), disse que o Avifavir, com o nome genérico de favipiravir, é um antiviral que foi desenvolvido por quatro cientistas japoneses em 1990 para prevenir que acontecesse uma futura pandemia semelhante à da Gripe Espanhola de 1918, que tirou a vida de aproximadamente 50 milhões de pessoas ao redor do planeta na época.
“Depois que passou aquela epidemia de H1N1 de 2009 e 2010, essa droga ficou meio esquecida na prateleira, mas os testes clínicos continuaram. Para um remédio ser aprovado, ele precisa passar por longos testes, e ser aprovado nas fases um, dois e três. É por isso que ele está pronto agora, porque já passou por todos esses estudos clínicos”, disse.
Segundo a RDIF, os testes clínicos do remédio na Rússia foram realizados em 330 pessoas, e teriam mostrado que o remédio combateu o vírus com sucesso dentro de quatro dias na maioria dos casos.
O medicamento é conhecido no Japão como Avigan. Ele vem sendo testado no país. O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, concedeu o equivalente a 128 milhões de dólares de financiamento estatal para continuar os ensaios clínicos, mas ainda não aprovou seu uso.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que a droga ainda não foi registrada no Brasil.
