Saiba que efeitos o El Niño trouxe e o que podemos esperar de La Niña
O que pode acontecer nos próximos meses ainda é incerto, dizem os pesquisadores
Foto: OMM/Muhammad Amdad Hossain
O El Niño, poderoso fenômeno climático, chegou ao fim, mas sua passagem contribuiu, juntamente com as mudanças climáticas, para aumentar temperaturas globais, que bateram novos recordes nos últimos meses. Segundo informações de cientistas do Serviço de Meteorologia da Austrália, divulgadas na terça-feira (16).
De acordo com dados coletados na semana passada pela organização, as águas do Oceano Pacífico esfriaram "substancialmente".
Há uma semana, a Agência Nacional Atmosférica e Oceânica dos EUA (Noaa, na sigla em inglês) previu que o El Niño estava chegando ao fim, e que isso aconteceria entre os meses de abril e junho.
A previsão coincide com a da Organização Meteorológica Mundial (OMM), que estima 80% de chance de condições neutras (sem El Niño nem La Niña) entre abril e junho.
O El Niño mais recente, que começou em junho do ano passado, levou águas mais quentes para a superfície do Oceano Pacífico, o que adicionou calor extra à atmosfera e provocou o aumento das temperaturas globais, que bateram recordes históricos um mês após o outro.
O que pode acontecer nos próximos meses ainda é incerto, dizem os pesquisadores. A principal pergunta é o que acontece a seguir, e os cientistas estão divididos sobre como respondê-la.
Pesquisadores americanos afirmaram recentemente que havia 60% de chance de o fenômeno La Niña se desenvolver entre junho e agosto, e 85% de chance de que isso aconteça até o outono do hemisfério norte.
Especialistas do Serviço de Meteorologia da Austrália acreditam que tais previsões devem ser feitas com cautela, e esperam que as condições neutras durem pelo menos até julho.
“Como as atuais condições oceânicas globais nunca haviam sido observadas antes, as previsões baseadas em eventos passados sobre como o ENSO poderia se desenvolver em 2024 podem não ser confiáveis”, afirmaram em comunicado.
Segundo os pesquisadores, a formação ou não do La Niña é algo de grande importância.
Este fenômeno pode ter um impacto significativo na formação de tempestades e furacões, e alguns especialistas preveem que sua chegada seria presságio de uma temporada de furacões bastante ativa no Atlântico.
O efeito de resfriamento do La Niña também pode desacelerar ligeiramente o ritmo do aquecimento global.
Isso poderia indicar que as temperaturas recorde registradas no ano passado não são evidência de que o mundo entrou em uma fase de aquecimento mais rápido.