Salário mínimo ideal no Brasil deveria ser de R$ 7 mil, aponta Dieese
Valor atual de R$ 1.518 cobre apenas parte do custo da cesta básica

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
O salário mínimo brasileiro de 2025, fixado em R$ 1.518, está muito abaixo do valor considerado ideal para garantir as necessidades básicas de uma família, segundo estudo divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). De acordo com o levantamento, em setembro deste ano o salário mínimo necessário deveria ser de R$ 7.075,83, com base no preço médio da Cesta Básica de Alimentos nas capitais brasileiras.
O valor estimado pelo Dieese é 4,6 vezes maior que o piso nacional atual. Em janeiro, o cálculo já indicava que o mínimo necessário seria de R$ 7.156,15. A pesquisa é atualizada mensalmente e considera o custo de itens essenciais como alimentação, moradia, vestuário, saúde, educação, transporte, lazer e previdência, conforme prevê a Constituição Federal.
Atualmente, o salário mínimo em vigor é de R$ 1.518 reajustado em R$ 106 em relação a 2024, quando era de R$ 1.412. O aumento seguiu a política de valorização implementada pelo governo federal, que garante reajustes acima da inflação com base na soma da variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores.
Para 2026, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva propôs um novo aumento no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), fixando o salário mínimo em R$ 1.631, o que representa uma alta de 7,44% em relação ao valor atual. O projeto tramita no Congresso Nacional e deve ser votado até dezembro.
Segundo o Dieese, a defasagem entre o valor ideal e o salário mínimo real impacta diretamente o poder de compra das famílias brasileiras, especialmente das que dependem exclusivamente do piso nacional. O estudo reforça que a diferença reflete o alto custo dos alimentos e serviços essenciais no país.
O cálculo do salário mínimo necessário é feito com base no preço da cesta básica mais cara entre as 17 capitais analisadas. O indicador serve como referência para políticas públicas e debates sobre a valorização do trabalho e da renda no Brasil.