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Salvador tem diminuição no número de mortes em decorrência de acidentes de trânsito

Neste 25 de setembro, é celebrado o Dia Nacional do Trânsito; conheça dicas para deixar a cidade mais segura para pedestres e motoristas

Por Otávio Queiroz
Ás

Salvador tem diminuição no número de mortes em decorrência de acidentes de trânsito

Foto: Freepik

Neste 25 de setembro é comemorado o Dia Nacional do Trânsito. A data, celebrada há quase três décadas, ressalta a importância de uma maior conscientização sobre os cuidados que devem ser adotados nas vias, independente do meio de deslocamento. Ela ainda relembra que o respeito e a empatia são os principais instrumentos para um trânsito mais seguro para todos.

A data merece ainda mais destaque quando lembramos que o Brasil figura como o terceiro país com mais mortes de trânsito no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS. Por aqui, três pessoas morrem por hora em decorrência de acidentes de trânsito. Os acidentes nas estradas são ainda a principal causa de morte para pessoas com idades entre cinco e 29 anos, segundo estudo da Organização das Nações Unidas (ONU).

Cenário em Salvador


Foto: Otavio Santos - Secom 

Apesar de um cenário nacional preocupante, Salvador segue na contramão dos dados apresentados pelas organizações mundiais e apresenta diminuição no número de mortes em decorrência de acidentes de trânsito. Na capital, os casos de óbitos em 2012 chegaram a 247, enquanto em 2022 o número ficou em 109, representando o menor índice no período. Essa queda representa uma redução de cerca de 56% nas fatalidades.

Neste período também houve uma redução de 57% na quantidade de acidentes, passando de 6.827, em 2012, para 2.946, no ano passado. A quantidade de soteropolitanos feridos também apresentou redução de mais da metade na última década. Enquanto em 2012 a Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador) registrou 6.962 vítimas não fatais, em 2022 esse número passou para 3.383. Uma diminuição de 51%.

Um aspecto notável é que essa redução nos casos de acidentes persiste mesmo com o aumento do número de veículos circulando pelas ruas. Desde 2012, mais de 300 mil novos automóveis foram adicionados às vias, elevando o total de condutores para mais de 1 milhão em dezembro do ano passado. Esse feito aponta para um ambiente viário mais seguro na cidade de Salvador.

Para o superintendente da Transalvador, Decio Martins, o trabalho realizado nos últimos anos pelo órgão é de fundamental importância para essa transformação no trânsito da capital. “Sempre agimos de maneira estratégica, analisando dados e comportamentos do tráfego para mantermos Salvador entre as capitais que mais preservam vidas no trânsito”, ressalta ele.

Décio destaca ainda que o órgão municipal, além das ações nas ruas, também atua na busca da conscientização do cidadão através de programas educativos, como o programa Cidadão no Trânsito e a Operação Volta às Aulas, e palestras em escolas e empresas.

Casos evitáveis


Bruno Concha - Secom/PMS

Segundo um estudo feito pelo Ministério dos Transportes, Portos e Aviação, em 2020, a principal razão dos acidentes de trânsito no país é a negligência dos motoristas e transeuntes. Segundo a pesquisa, boa parte dos acidentes registrados não aconteceriam se as pessoas não infringissem as leis de trânsito.

Ainda segundo o documento, entre as principais causas de acidentes de trânsito no Brasil estão a falta de atenção, não obediência à sinalização, excesso de limite de velocidade, ingestão de álcool ao dirigir e sonolência ao volante por cansaço.

Em parte considerável dos casos, ciclistas, motociclistas e pedestres se tornam vítimas fatais dos acidentes ocorridos. Para se ter uma melhor dimensão disso, a nível global, esse público, considerado mais vulnerável dentro desse contexto, corresponde a 49% do total dos óbitos.

Para o engenheiro especialista em segurança viária e membro da Câmara de Engenharia do Conselho Nacional de Trânsito, Antônio Monteiro, as altas velocidades nas estradas é uma das principais práticas que precisam ser combatidas hoje. “Falar sobre o uso do celular ao volante, em não beber ao dirigir, tudo isso são coisas que se repetem há anos. Hoje, eu destaco que tão importante quanto é ressaltar a importância de se respeitar a velocidade da via. Precisamos propagar, cada vez mais, a necessidade de um controle maior das velocidades nas cidades brasileiras”, diz ele.

Por outro lado, ele também destaca que investimentos em infraestrutura por parte do poder público também são primordiais para a manutenção da vida no trânsito. “Mais passarelas, manutenção contínua nas faixas de pedestres, melhorias em calçadas, na iluminação das vias… todas essas ações aumentam a segurança e diminuem o número de vítimas”, assegura o especialista.

Essa negligência, no entanto, não traz reflexos apenas para o trânsito, mas também afeta diretamente a saúde. De acordo com o neurologista Thiago Nascimento, membro titular da Academia Brasileira de Neurologia, a sonolência excessiva, responsável por aproximadamente 20% dos acidentes, também traz transtornos à saúde e bem estar do indivíduo.

“A questão do sono não é levada a sério pelas pessoas como deveria. Muitas vezes elas percebem aqueles sinais de sonolência, mas acham que conseguem segurar e vencer o sono. Essa é umas das maiores armadilhas, porque uma hora ou outra você acaba cochilando e, no trânsito, isso pode custar caro”, frisa o neurologista.

Ainda segundo o especialista, o ideal é que o condutor faça uma pausa de 30 minutos a cada três horas no volante. “Esticar as pernas e movimentar o corpo ajudam a recuperar a concentração em alguns casos. Mas caso o cansaço esteja ainda mais evidente, com bocejos frequentes, sensação de areia nos olhos e reflexo lento, o mais prudente é parar e descansar por algumas horas”.

Por fim, Antônio ressalta a importância de lembrar de datas como esta, pois elas servem como um catalisador para promover debates e impulsionar melhorias e avanços, não apenas em relação à infraestrutura das cidades, mas também no comportamento e conscientização das pessoas sobre a importância de cuidar de si mesmas e do próximo.

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