Sarampo: Médico infectologista observa com preocupação o avanço da doença no Brasil
Aos detalhes...
Foto: Divulgação
Depois de perder, em 2018, o certificado de eliminação do sarampo, concedido pela Organização Pan Americana de Saúde, o Brasil volta a registrar casos da doença, preocupando autoridades de saúde. Dados do Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, mostram que, em só 2022, foram confirmados 10 casos no país.
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Alvo da Campanha Nacional de Vacinação, que acontece até o dia 03 de junho, “o sarampo é uma doença viral grave, altamente contagiosa e que pode apresentar complicações sérias, como problemas cognitivos, cegueira e retardo no crescimento, e até evoluir para o óbito, principalmente em crianças”. O alerta é do médico infectologista do Grupo Sabin, Alexandre Cunha, que destaca que a vacinação é a principal estratégia de saúde para conter o avanço de casos.
Atento aos indicadores nacionais que apontam para a baixa adesão à edição 2022 da campanha, o médico observa que é fundamental que as pessoas busquem se vacinar e manter o cartão vacinal atualizado. “Percebemos que, nos últimos três anos, houve um declínio preocupante na procura pela vacinação e podemos apontar esta queda na adesão como principal fator para a crescente no número de casos”.
Ainda segundo o especialista, outro fator que pode ter contribuído para a elevação das ocorrências é o movimento migratório, principalmente na região norte do Brasil. “Quando estudamos detalhadamente os casos, notamos que a partir de 2018 – quando mais de 10 mil casos foram confirmados pelo Ministério da Saúde – houve um movimento de migração intenso naquela região, o que favoreceu a reintrodução do vírus e a consequente disseminação para outras regiões. A combinação de movimentação internacional de pessoas não vacinadas somada à baixa cobertura vacinal no país implicou nos índices que temos agora. É um verdadeiro retrocesso diante do que já havíamos evoluído em termos de proteção contra a doença”.
Sarampo: doença de atinge pessoas de todas as idades
Apontado como um dos principais responsáveis pela mortalidade de crianças nos países em desenvolvimento, o sarampo é causado pelo vírus Morbillivirus e pode deixar sequelas sérias. “Estamos falando de uma doença com maior incidência em crianças, porque elas são mais suscetíveis, já que têm sistema imunológico menos amadurecido. Mas é imprescindível destacar que o sarampo atinge pessoas de todas as idades. Cabe ainda trazer o alerta para as mulheres em idade fértil (até os 50 anos) que não se vacinaram antes da gestação. O sarampo durante a gravidez pode causar parto prematuro e baixo peso nos bebês”, alerta. O médico também reitera que, “como grávidas não podem tomar a vacina, é preciso se imunizar antes da gestação, de preferência, ainda criança”. São duas doses, a primeira aos 12 meses e a segundo aos 15 meses de vida.
O médico sinaliza ainda outra preocupação. “O sarampo tem um período de incubação que dura entre 5 e 13 dias e só depois disso os sintomas começam a aparecer. Por isso, é fundamental estar vigilante com a saúde. Ao notar os primeiros sinais, que são aquelas típicas erupções na pele de cor avermelhada, acompanhada de febre alta, dor de cabeça, tosse, com a presença de catarro, diarreia e mal-estar, procure orientação médica imediatamente”.
Serviço: Doença prevenível por vacinação, os sistemas de saúde público e privado oferecem vacinas distintas que conferem proteção contra o vírus. No Grupo Sabin, o portfólio de imunização oferta as vacinas: tríplice viral, que protege do vírus do sarampo, caxumba e rubéola; e tetra viral, que protege contra o vírus do sarampo, caxumba, rubéola e varicela (catapora). Além disso, conta com outros 7.300 serviços de saúde especializados para atendimento em todas as regiões do país, disponíveis no site da empresa.