Saúde Mental: Governo de Portugal admite adotar semana de quatro dias
93% dos funcionários das 41 empresas participantes gostariam que a experiência da semana de quatro dias continuasse
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Portugal passou por projeto-piloto da semana de quatro dias, e o governo coleta benefícios na saúde mental dos funcionários sem prejudicar as empresas, segundo a coluna 'Portugal Giro' do jornal O Globo.
Coordenador do programa do governo, Pedro Gomes, enviou o relatório final que revela a melhora na saúde mental dos funcionários. Outro ponto positivo analisado, refere-se a melhora no desempenho no ambiente de trabalho.
“A autoavaliação da saúde mental e física dos trabalhadores revelou aumentos significativos na categoria ‘muito boa’ ou ‘excelente’ entre os participantes (na saúde mental duplicou de 15% para 30%, e na saúde física aumentou de 20% para 27%). Além disso, houve um aumento médio de 11 minutos no tempo de sono, e uma diminuição da exaustão e de sintomas negativos de saúde mental”, afirmou o coordenador no relatório.
Outros setores na vida dos trabalhadores também foram afetados com esse projeto, entre elas, os relacionamentos pessoais melhoraram, assim como a situação financeira e trabalho atual. Isso teve um efeito mais quantitativo entre as mulheres.
As empresas também foram beneficiadas, pois “trabalhadores mais descansados trabalham melhor e com mais criatividade nos outros dias”, aponta o relatório. Tanto que 93% dos funcionários das 41 empresas participantes gostariam que a experiência da semana de quatro dias continuasse. Apenas quatro companhias voltaram ao modelo normal.
Com esses resultados, o projeto iniciado no governo anterior, do primeiro-ministro socialista António Costa, o atual premier, Luís Montenegro, do Partido Social Democrata, admite a adesão da semana de quatro dias pela administração pública.
"A questão de o fazermos na administração pública é uma boa questão, é uma questão que eu não vou conseguir responder já, mas também lhe vou dizer que não excluo, talvez com a manutenção da carga horária semanal", disse Montenegro no Parlamento.
A ministra do Trabalho, Maria do Rosário Palma Ramalho, disse que ainda é cedo para fazer uma regulamentação da semana de quatro dias no serviço público.