Saúde pode sofrer superfaturamento de ao menos R$ 14,5 bilhões durante pandemia
Presidente do IES disse que esse valor pode se perder no caminho entre a liberação da verba e da aplicação

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Diante de um cenário sem pandemias, a Saúde no Brasil já são alvos de desvios, esquemas de superfaturamento e outros tipos de fraudes que prejudicam, principalmente, o usuário do Sistema Único de Saúde (SUS). Com as crises econômicas geradas pelo coronavírus, o Instituto Ética e Saúde (IES) estima que ao menos 2,3% dos recursos destinados à Saúde nesse período e percam entre a liberação da verba e sua aplicação.
O presidente do IES, Eduardo Winston Silva, realizou as contas e chegou ao resultado final de que essa porcentual representa R$ 14,5 bilhões por ano. O que renderia cerca de 1,4 mil hospitais de campanha, com 200 leitos cada, ou ainda ao equivalente a 290 mil respiradores.
Silva acredita que as fraudes ocorrem pela falta de mecanismos de controle para compras feitas com pagamento antecipado.
"Talvez pudéssemos usar contas do tipo Escrow, muito comuns em operações de fusão e aquisição de empresas. Por estas, os recursos poderiam eventualmente ser pagos (depositados) pelos compradores de forma antecipada, mas só seriam liberados após a confirmação do recebimento das mercadorias conforme inspeção", diz.
O presidente do Instituto ainda criticou a medida provisória editada pelo presidente Jair Bolsonaro em que impede que agentes públicos sejam punidos por erros durante a pandemia porque isso "abre brecha para fraudes e superfaturamentos".