'Se eu errei, vou pagar', diz ex-diretor da PRF à CPI dos atos do dia 8 de janeiro

O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques afirmou, nesta terça-feira (20), que, se errou, vai "pagar". A declaração foi feita durantedepoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga os atos do dia 8 de janeiro, quando invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília. 

Vasques é suspeito de ter usado a estrutura da PRF para prejudicar a ida de eleitores do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aos locais de votação do segundo turno das eleições de 2022. "Se eu errei, eu vou pagar. Eu tenho certeza, tenho consciência tranquila. Não fiz nada errado. Por isso respondi tudo e volto quantas vezes for preciso. Estou aqui à disposição para fazer acareação com quem for necessário", afirmou o ex-diretor. 

O Ministério da Justiça fez um levantamento sobre as ações da PRF na data das eleições e apontou uma "atipicidade" na fiscalização de ônibus. De acordo com o relatório enviado pela pasta à Controladoria-Geral da União (CGU), o Nordeste concentrou as fiscalizações da PRF no segundo turno. Na região, Lula apresentava maior intenção de votos em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que tentava a reeleição. 

Entre os dias 28 e 30 de outubro, a PRF fiscalizou 2.185 ônibus no Nordeste. O número é 282% maior do que o registrado, no mesmo período, na região com o maior número de eleitores, Sudeste, que teve 571 veículos fiscalizados.

"Se falou muito que a PRF, no segundo plano da eleição, direcionou a sua fiscalização para o Nordeste brasileiro, isso não é verdade. Não é verdade porque o Nordeste brasileiro é a região onde mais temos infraestrutura da PRF no Brasil", disse o ex-diretor à CPI.