"Se eu soubesse o que sei hoje, nunca teria procurado Moro" diz precursor da Lava Jato
O empresário acredita que o ex-juiz conduziu a operação Lava-Jato com interesses políticos
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Foto: Reprodução
Com a eminência da possível candidatura do ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, o empresário Hermes Magnus, cujas denúncias deram início à Operação Lava Jato disse em entrevista, acreditar que o ex-juiz conduziu a operação Lava-Jato com interesses políticos.
Em 2008, procurando investidores para sua empresa, Hermes acabou se envolvendo em um esquema de lavagem de dinheiro, operado pelo ex-deputado José Janene, réu do Mensalão e falecido em 2010, e pelo doleiro Alberto Youssef, condenado por corrupção no caso Banestado.
Magnus enviou informações para a Polícia Federal e para o então juiz Sergio Moro, mas o caso ficou engavetado por seis anos, até explodir na Lava Jato, em 2014.
O empresário, que hoje mora fora do Brasil, afirmou que se soubesse o que sabe hoje, nunca teria enviado o e-mail para Sergio Moro.
“Não me arrependo do que fiz, me arrependo, sim, de ter procurado a justiça. Enquanto a minha denúncia era anônima, eu devia ter saído do Brasil e nunca mais ter voltado. Nesse modelo de justiça, calhorda e covarde, foi um erro. Se eu soubesse o que sei hoje, nunca teria enviado aquele e-mail para Sergio Moro, para reforçar o que eu tinha dito para o delegado Gerson Machado”, explicou.
Em 2019, a juíza substituta da Operação Lava Jato no Paraná, Gabriela Hardt, arquivou uma acusação contra a filha do ex-deputado José Janene, Danielle Janene, que segundo Hermes, era braço direito do pai e comandava todos os esquemas com ele.
"Para mim, esse movimento de Sergio Moro de ir para o Ministério da Justiça, já preparando o terreno... esses movimentos de absolver Danielle Janene (filha do ex-deputado José Janene acusada de lavar dinheiro) era um recado ao mundo político para tentar recuperar o poder. Para mim, Moro foi para o governo Bolsonaro para tentar investigar o governo Bolsonaro, fazer uma Lava Jato e quebrou a cara", pontuou.
Hermes defende que Danielle foi absolvida porque suas acusações incluíam políticos de vários partidos e muitos deles, não eram do interesse da Justiça.
"As provas que serviram para incriminar Alberto Youssef não serviram para incriminar a família Janene. Desde o final de 2017 eu comecei a reclamar muito do comportamento da Justiça, começou a se tornar uma coisa seletiva , tinha um destino político. A parte mais triste foi a da Danielle, podiam ser mais discretos, deixar o projeto correr todo, mas não, para ir para o Ministério da Justiça, ele (Moro), quis deixar tudo pronto", completou.
Confira a entrevista completa :