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Secretarias dizem que ministério aceitou pedido e voltou atrás em alterações no sistema sobre mortes por Covid-19

Conass afirma que não foi avisado sobre mudança em critério de mortes

Por Da Redação
Ás

Secretarias dizem que ministério aceitou pedido e voltou atrás em alterações no sistema sobre mortes por Covid-19

Foto: Márcio Sampaio

Representantes das duas principais entidades de secretários de saúde no Brasil disseram nesta quarta-feira (24), que o Ministério da Saúde aceitou o pedido das entidades e voltou atrás nas mudanças das fichas que consolidam casos e mortes por Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, no país. De acordo com o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Carlos Lula, o conselho não foi informado sobre as alterações. Segundo ele, a pasta tem que rever "imediatamente" a norma que altera critérios de mortes por Covid-19. 

A mudança ocorreu no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) e chegou a impactar o número de mortes por Covid-19 já divulgados por alguns estados nesta quarta (24), como São Paulo, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. No caso de São Paulo, por exemplo, após a mudança, as mortes caíram de 1.021 (na terça) para 281 (nesta quarta). "A decisão é equivocada, gera descrédito e tem de ser revista imediatamente", disse Carlos Lula.

Na última terça-feira (23), dia em que o Brasil bateu novamente o recorde de mortes por Covid-19 confirmadas em 24 horas, o Ministério da Saúde alterou a ficha dos pacientes no Sivep-Gripe. A informação é de técnicos responsáveis por preencher diariamente as atualizações sobre novos óbitos causados pela doença.

As mudanças implantadas na ficha do Sivep-Gripe passaram a exigir:

-o número do Cartão Nacional de Saúde (Cartão SUS);
-se o paciente é brasileiro ou estrangeiro;
-e se já foi vacinado contra a Covid-19,
-e o CPF passou a ser considerado item obrigatório

Após a repercussão das mudanças, a secretaria-executiva do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) afirmou que os novos campos já estavam sendo discutidos anteriormente, mas ocorreu "falta de comunicação adequada" no momento em que a mudança foi oficialmente instituída. "Por este motivo, solicitamos a retirada desses campos como obrigatórios por enquanto", diz o conselho.

 

 

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