Secretário de Comunicação privilegiou clientes e TVs religiosas com publicidade do governo
Wajngarten privilegiou clientes da sua empresa, a FW Comunicação
Foto: Reprodução / Facebook
Dono da FW Comunicação, o secretário de Comunicação da Presidência, Fábio Wajngarten, privilegiou seus clientes com verbas publicitárias do governo Jair Bolsonaro desde que chegou, em abril, ao cargo, que é responsável pela distribuição dos recursos de propaganda do governo.
Segundo informações de Fábio Fabrini e Julio Wiziack, na edição desta segunda-feira (27) da Folha de S.Paulo, na campanha da Reforma da Previdência, a mais cara do governo, Wajngarten privilegiou Record, Band e SBT com R$ 13 milhões dos R$ 36,7 milhões gastos na segunda etapa da propaganda – a primeira, antes dele assumir a secretaria, já havia consumido R$ 11,5 milhões.
Record e Bandeirantes são clientes da FW Comunicação e o SBT pagava por serviços da empresa até o primeiro semestre de 2019. A Globo nacional não foi contemplada com verbas – que foram destinadas apenas a algumas regionais da emissora.
Só a Record recebeu R$ 6,5 milhões na segunda etapa da campanha da reforma. A Bandeirantes recebeu R$ 1,1 milhão e o SBT R$ 5,4 milhões. A Rede TV!, do bolsonarista Marcelo Carvalho, recebeu R$ 1 milhão.
Juntas, Record, Band e SBT não alcançaram a audiência da Globo no ano passado, segundo a Kantar Ibope. A Rede TV! não alcança 1 ponto na audiência. Maior audiência, a Globo recebeu R$ 2,6 milhões da campanha.
Antes de Wajngarten assumir a Secom, a tática da campanha para TVs, em sua primeira fase, previa que a distribuição de verba se daria pelo “share [a participação] de audiência das seis maiores emissoras” em nível nacional — Globo, Record, SBT, Band, Rede TV! e TV Brasil.
Os dados, segundo a reportagem, constam em uma planilha entregue ao Tribunal de Contas da União (TCU) pela Artplan, agência de publicidade responsável pela campanha da Previdência, que também é cliente da FW Comunicação.