Secretário municipal de saúde do RJ é acusado de cobrar apoio à Lula dos servidores
Em áudio, supostamente gravado pelo gestor, ele diz que "está monitorando as redes sociais"
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Servidores da secretaria de Saúde acusam o gestor da pasta de Belford Roxo (RJ), Christian Vieira da Silva, de cobrar que os funcionários passem a apoiar o presidenciável Lula e mudem de comportamento nas redes sociais. Em áudio divulgado pelo O Globo, supostamente do gestor, ele diz que está monitorando os perfis.
“Eu tenho acompanhado as redes sociais com amigos nossos que, não sei se não entenderam a posição do chefe, que ainda estão apoiando o candidato que não é o que o chefe não está apoiando. Eu peço a ajuda de vocês para explicar que agora não é simplesmente ideologia, esquerda e direita. Todo mundo sabe meu posicionamento sobre a esquerda, mas eu vou com o Waguinho e com quem ele indicar”, diz.
O chefe citado no áudio é o prefeito de Belford Roxo e presidente estadual do União Brasil no Rio de Janeiro, Waguinho (União Brasil) que declarou na segunda-feira (10) apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O apoio de Waguinho foi disputado pelas campanhas de Lula e do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em outro trecho do áudio supostamente do secretário diz que todos devem seguir a decisão de Waguinho.
“As pessoas têm que ter noção que se o Waguinho está indicando um lado e esse lado não vence, o opositor vence, o Waguinho perde força. Eu tenho certeza que ninguém quer isso aqui. Então, vamos abrir os olhos dos colegas. Porque agora é defender nosso prato de comida. Entendam o que estou falando, vamos seguir o que Waguinho tá orientando. Fala com nossos amigos, por favor e vamos monitorando as redes sociais”, conclui.
Segundo denúncias, os servidores foram pressionados a comparecer ao comício que Waguinho promoveu para Lula na terça-feira (11), em Belford Roxo.
Em 2018, Waguinho apoiou Jair Bolsonaro na eleição presidencial. No primeiro turno deste ano, não se manifestou publicamente. Sua mulher, Daniela do Waguinho, foi a deputada federal mais votada do estado, com 213 mil votos.
Em 2021, Christian teve R$ 2 milhões em bens bloqueados pela Justiça, a pedido do Ministério Público estadual. O MP acusou o secretário de desrespeitar os critérios de idade da vacinação contra Covid-19 estabelecidos pelo Ministério da Saúde e de beneficiar servidores da sua secretaria.