Seis em cada dez Municípios enfrentam falta de vacinas, revela pesquisa CNM
Levantamento foi produzido entre os dias 2 e 11 de setembro e contou com a participação de 2.415 Municípios
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Uma pesquisa feita pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) revela que em 64,7% dos Municípios há fala de vacinas para a população, principalmente para imunizar as crianças. Os dados foram lançados entre os dias 2 e 11 de setembro e contou com a participação de 2.415 Municípios.
A entidade explique que o Ministério da Saúde é o responsável por fazer a aquisição e a distribuição de todas as vacinas do Calendário Nacional de Vacinação para os Municípios, e os Estados de prover seringas e agulhas para que os Entes locais possam realizar a vacinação na população.
“É importante lembrar que a vacinação foi um dos eixos do desfile de 7 de setembro deste ano. Apesar disso, o que verificamos, infelizmente, foi a falta de imunizantes essenciais há mais de 30 dias na maioria das cidades pesquisadas e ainda o risco de retorno de doenças graves, como a paralisia infantil”, destacou o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski.
Segundo Paulo Ziulkoski, a dissonância entre o discurso oficial do Governo Federal e a realidade municipal gera frustação e pressão sobre os gestores, que além de lidarem com as expectativas da sociedade, enfrentam a falta de vacinas e insumos essenciais para garantir uma cobertura vacina eficaz.
“Estamos cobrando do Ministério da Saúde que disponibilize os imunizantes para vacinar as crianças e suas famílias o mais rapidamente possível”, completa Ziulkoski.
O estudo feito pela CNM aponta que os Municípios sinalizaram a falta de vacinas há mais de 30 dias, e outros há mais de 90 dias. Além de questionar os Municípios sobre quais as vacinas que estavam em falta e o imunizante Varicela foi a de maior predominância, não chegando a 1.210 Municípios. A CNM ressalta que a vacina é utilizada para fazer o reforço das crianças de 4 anos contra catapora.
A vacina da Covid-19 para proteger as crianças contra o vírus é a segunda mais em falta. O imunizante apresentou falta em 770 Municípios com uma média de 30 dias de atraso. A vacina Meningocócica C está em falta em 546 Municípios, com uma média de 90 dias sem o imunizante. Esta última protege as crianças contra bactéria que pode causar infecções graves e fatais, como a meningite.
A CNM analisou os dados por Unidade Federativa (UF). Pela pesquisa, o Estado que possui a maior falta nos Municípios é Santa Catarina, com 83,7% (128) dos gestores pesquisados relatando esse cenário. Em seguida, estão Pernambuco, com 80,6% (58); e Paraná, com 78,7% (155). Já no recorte por região, conforme a quantidade de Municípios participantes, o Sudeste apresentou 68,5% (595) de falta de imunizantes; o Sul, 65,1% (395); o Nordeste, 65,1% (370); o Centro-Oeste, 63% (136); e o Norte 42,9% (67).