Seis padarias de SP são alvos de investigação por suspeita de ligação com PCC
A maioria dos estabelecimentos foram registradas em nome de uma moradora de Sergipe, com renda inferior a R$ 1.000

Foto: Reprodução/Google Maps
A Polícia Federal e o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) investigam, no âmbito da Operação Carbono Oculto, seis padarias da Grande SP suspeita de ligação com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Os estabelecimentos se somam a outras empresas envolvidas no esquema bilionário de fraudes e lavagem de dinheiro. As informações são do jornal O GLOBO.
De acordo com o relatório, a maioria dos empreendimentos estão registradas em nome de uma moradora de Santo Amaro das Brotas, em Sergipe, que declarou renda inferior a R$ 1.000 por mês. Ela aparece como sócia em 17 empresas entre São Paulo, Goiás e Paraná.
As apurações apontam que algumas dessas empresas foram repassadas por uma vizinha, que tem registro de cuidadora, com salário de R$ 1.461.
Entre as padarias identificadas estão a Iracema, em Santa Cecília (região central), a Salamanca, na Vila Campestre (zona sul), além de outras lojas com endereços em bairros como Brooklin, Santa Teresinha (zona norte), Tatuapé (zona leste) e Osasco, na Grande São Paulo.
Suas padarias utilizam nomes semelhantes, como Salamanca e Iracema, que também aparecem vinculados a Tharek Majide Bannout, cunhado do primo de Mohamad Hussein Mourad, considerado um dos principais operadores do esquema criminoso, que envolve fraudes fiscais, contábeis, estelionato e lavagem de dinheiro.
Tharek Majide Bannout também foi identificado em quadros societários de outras padarias, como TMJ Consultoria e Gestão Empresarial Ltda., Nova Iracema Pães e Doces Ltda. e Nova Salamanca Pães e Doces Ltda., com indícios de utilização de nomes semelhantes para ocultação de propriedade.
Entre os negócios identificados pelos investigadores estão ainda a Khadige Conveniência Ltda e a Empório Express Ltda, cujas movimentações atípicas e encerramentos rápidos levantaram suspeitas de ocultação de titularidade.
Segundo a Folha de S.Paulo, os estabelecimentos seguem em funcionamento.
Megaoperação Carbono Oculto
A operação foi criada para combater um esquema criminoso no setor de combustíveis, contra fraudes e lavagem de dinheiro. Segundo as investigações, o grupo teria sonegado mais de R$ 7,6 bilhões em impostos federais, estaduais e municipais.
A PF suspeita que o grupo tenha utilizado padarias, postos e lojas de conveniência para dificultar a identificação dos verdadeiros donos e a origem do dinheiro.