Sem corte de gastos, governo ameaça "paralisia" em 2027, aponta estudo da Câmara
Aumento gradual dos gastos públicos pode impedir despesas de ministérios, diz estudo
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Foto: Ricardo Stuckert/PR
O próximo governo que for eleito em 2026 pode enfrentar dificuldades no primeiro ano de mandato se a equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não adotar novas medidas de corte de gastos públicos. É o que diz um estudo do Núcleo de Economia e Assuntos Fiscais da Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira (Conof) da Câmara dos Deputados.
"A situação discricionária [de gastos não obrigatórios] do orçamento federal já pode ser avaliada como crítica, especialmente a partir de 2027, com tendência de agravamento acelerado ao longo do horizonte projetado", aponta trecho do estudo.
A pesquisa foi assinada pelos analistas Dayson Pereira de Almeida e Paulo Bijos, este último secretário de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento até julho de 2023.
Lula já havia afirmado que, se depender dele, não haverá uma nova medida fiscal. E disse que "se, durante o ano, a necessidade de fazer [outra] se apresentar, vamos reunir. Se depender de mim, não tem outra medida fiscal".
A conclusão dos analistas da Câmara é de que a equipe econômica deve seguir na insistência em políticas de austeridade fiscal e no corte de gastos considerados maiores que o necessário, apesar da resistência do próprio presidente da República.
As possíveis áreas recomendadas para uma revisão fiscal são a Previdência Social, a folha de pagamento dos servidores, o abono e o seguro-desemprego.
"Um horizonte temporal adequado para a apresentação de medidas estruturais dessa natureza seria até 15 de abril de 2025, que é a data limite para o encaminhamento do projeto de lei de diretrizes orçamentárias da União para 2026 (PLDO 2026) ao Congresso Nacional.", detalharam os consultores da Câmara.