Sem definição por parte do governo federal, estados usam intervalos diferentes para CoronaVac
Na Bahia, Sesab recomenda que aplicações sejam realizadas em intervalo que pode ir de 14 a 28 dias
Foto: Reprodução/Diário de Goiás
A falta de definição para todo o país de um intervalo fixo entre as duas aplicações da CoronaVac, imunizante usado neste inicio de vacinação contra a Covid-19 no Brasil, tem resultado em prazos diferentes nos Estados. Responsável pelo plano de imunização, o Ministério da Saúde enviou para as secretarias estaduais um informe técnico em que sugere que a segunda dose deve ser aplicada em um período entre 14 a 28 dias após a primeira.
O ministério ressalta no documento que "a eficácia desta vacina foi demonstrada em um esquema contendo duas doses com intervalo de duas semanas", citando um período equivalente a 14 dias. A pasta também diz que "a vacina deverá ser administrada exclusivamente por via intramuscular em esquema de duas doses, com intervalo determinado conforme segue: intervalo entre as doses, de duas a quatro semanas."
A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) é a favor de que o ministério tivesse dado uma diretriz mais clara sobre o intervalo. "É muito ruim deixar aberto. Não que esteja errado [o informe]. Seria muito mais fácil se tivesse uma diretriz única, que facilitaria para todos", diz Juarez Cunha, presidente da SBIm.
Apesar de o governo federal ter elaborado o plano de vacinação, a execução é de responsabilidade de estados e municípios. No Rio de Janeiro, por exemplo, a Secretaria da Saúde do Estado disse, em seu informe técnico para o estado, ter recomendado um intervalo de 21 dias "visando facilitar o monitoramento". Já na Bahia, a Secretaria Estadual de Saúde do Estado (Sesab) recomenda que aplicação das doses ocorra em um intervalo entre 14 a 28 dias, a partir da aplicação da primeira doses
Sobre a questão do intervalo, procurado pelo UOL, o Ministério da Saúde enviou uma nota em que não responde a pergunta sobre o intervalo estar em aberto. No comunicado, a pasta pontua a "a necessidade de seguir as orientações coordenadas pelo Programa Nacional de Imunizações, que prevê ciclos de vacinação de acordo com os grupos prioritários definidos em estudos populacionais".