Sem estudantes para ocupar as vagas, Fies tem orçamento 35% menor para este ano
Governo prevê que parte das 111 mil vagas a serem disponibilizadas em 2022 não serão preenchidas
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Sem estudantes para ocupar as 111 mil vagas do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), disponibilizadas pelo Governo Federal através do Ministério da Educação, o orçamento do programa será 35% menor neste ano do que em 2021. O valor sairá de R$ 8,48 bilhões, no ano passado, para R$ 5,53 bilhões, em 2022.
O Fies é um programa de incentivo ao ingresso de pessoas nas faculdades, porém concentra-se na rede privada e conta com o financiamento do governo federal que paga parte das mensalidades de estudantes em universidades privadas, com a contrapartida de os beneficiários quitarem o financiamento após a formatura.
O valor do orçamento do Fies de 2022 que foi efetivamente separado é de R$ 5,64 bilhões. No entanto, o que vem acontecendo nos anos anteriores é que o valor empenhado não tem sido utilizado, por falta de estudantes. E isso, consequentemente, afeta o custeamento do programa, pois fica difícil arrecadar o montante necessário.
De acordo com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão ligado ao Ministério da Educação responsável pela execução das políticas educacionais, a diminuição do valor orçamentário condiz com "a baixa execução em 2021, cerca de 50% da dotação de 2021, devida à baixa adesão de matrículas no ano passado (cerca de 50% de adesão)", diz ao G1.
O FNDE argumenta ainda, para o G1, que ""por causa do período de pandemia, houve impacto financeiro nas famílias, ensejando na redução da procura pelo programa do Fies". Além disso, há mais contratos sendo encerrados do que a quantidade de novas adesões. Atualmente, há 350 mil contratos na fase de utilização, segundo o G1.
Entre as razões para a falta de alunos no Fies, apontadas pelo FNDE, está o fato de que, desde 2015, o programa não garante mais o financiamento 100%. Com isso, muitos estudantes acabam desistindo da faculdade por não dispor de recursos suficientes para arcar com o restante das mensalidades.