Semana Santa: peixe está até 30% mais caro em 2022

Na Feira de São Joaquim, na capital, comerciantes se preparam para trabalhar nos dias que antecem a Páscoa

Por Emilly Lima
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Semana Santa: peixe está até 30% mais caro em 2022

Foto: Farol da Bahia

Faltando uma semana para a Sexta-Feira Santa, que este ano cai no dia 15 de abril, é tradicional que as famílias baianas preparem o caruru, vatapá e a moqueca de peixe como prato principal do almoço. No entanto, com a proximidade da data, é esperado que os preços dos ingredientes aumentem.

Na Feira de São Joaquim, na Cidade Baixa, local frequentemente procurado pelos consumidores pela sua variedade de vendedores e preços, os comerciantes já se preparam para trabalhar nos dias que antecedem a data. Segundo eles, os baianos sempre deixam para comprar em cima da hora. 

O peixeiro Adnei Menezes explicou ao Farol da Bahia que o ideal é adquirir o peixe com uma semana de antecedência, porque isso dá  múltiplas opções de escolhas para o cliente, além do preço mais baixo. "Poucas pessoas estão se precipitando para garantir o peixe. Agora, a variedade a maior. Mas na próxima semana a demanda deve aumentar porque o baiano sempre deixa pra fechar a porta no último momento", comenta.

Segundo ele, os peixes mais requisitados são corvina e arraia. Nesta semana, os preços estão variando de R$ 12 a R$ 20, mas com a proximidade do feriados, devem aumentar em até 30%. "Na próxima semana terá um acréscimo de 10% a 30% em cima do valor que está hoje. Mas ha possibilidade de pechinchar. Com dinheiro na mão a gente sempre conversa", acrescenta. 

Outro produto que é muito pesquisado pelo consumidor é o camarão. Nesta semana, o preço está variando entre R$ 20 e R$ 45,50 na Feira de São Joaquim. Segundo a vendedora Antônia Moraes, é provável que os preços sejam elevados com o aumento da procura pelo ingrediente, considerado essencial no preparo tanto do caruru, quanto do vatapá.

"Acredito que vai. Essa alteração do preço do camarão já começa antes mesmo do movimento, infelizmente.  E a gente tem que repassar, senão fica no prejuízo", diz ao comentar que outo item que aumentou muito foi a castanha. "A castanha está de R$ 50 e R$ 60. Aumentou muito e tô repassando pelo mesmo preço". 

Um dos itens que aumentou muito também foi o quiabo, que é utilizado no preparo do caruru. Na feira, o consumidor encontra preços entre R$ 5 e R$ 10 no saco do produto. De acordo com o comerciante Edvaldo Conceição, ele compra o pacote com o fornecedor pra volta de R$ 50, mas com a aproximação do feriado, esse valor salta para R$ 80, R$ 100 e até R$ 150, implicando diretamente no valor que é repassado para o consumidor final. 

"É isso que o cliente não entende. Muitas vezes a gente compra a mercadoria cara e passe pelo mesmo valor. Como que a gente vai pagar fornecedor e vendedor? A gente fica sem dinheiro. Também precisa lucrar. O preço sofre reajuste todos os dias, um dia pode ficar barato, outro dia pode aumentar. Mas no final todo mundo sempre compra, estando com o preço elevado ou não porque fazer o caruru com o quiabo fresco é melhor do que comprar com antecedência e congelar", explica à reportagem. 

Preços de produtos ligados a Semana Santa aumentam 10,27%

De acordo com um levantamento feito recentemente pela Fecomércio-BA, os preços dos produtos ligados a Semana Santa sofreram um aumento de 10,27% na comparação com o mesmo período de 2021. Se os produtos específicos forem adquiridos em supermercados, por exemplo, esse percentual sobe para cerca de 13,45%.

De acordo com a entidade, entre os maiores vilões está o tomate, que teve um crescimento anual de 71,78%. Para quem gosta de tomar a tradicional cerveja no feriado, também vai sofrer com o reajuste. Houve um aumento de 22,75% puxado pelo encarecimento dos insumos importados, derivados do trigo. 

Operação Semana Santa 2022

A Operação Semana Santa deflagrada pela Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-BA), que teve início no dia 28 de março e segue até o dia 15 de abril, visa fiscalizar estabelecimentos que comercializam produtos ligados ao período da Páscoa, com o objetivo de evitar fraudes e coibir práticas abusivas contra o consumidor baiano. 

Estão sendo vistoriados supermercados, peixarias e feiras. Caso sejam autuados, os responsáveis pelos estabelecimentos terão até 10 dias úteis para  recorrer das infrações.

"Nesse período que o mercado fica bastante aquecido e consumidores partem para as compras dos produtos alimentícios que compõem a ceia pascal é preciso que o órgão fiscalize intensamente a comercialização desses produtos que estão em evidência para evitar que os consumidores sofram abusos no mercado de consumo em produtos que possam trazer riscos da saúde”, explica o diretor de Fiscalização do Procon-BA, Iratan Vilas Boas.

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