Semop: Cinco bairros de Salvador concentram mais de 5,5 mil denúncias contra “paredões”
No último fim de semana houve um recorde nas denúncias. Foram 1.554 registros, diz a Semop
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A Secretaria municipal de Ordem Pública (Semop) informa que, desde o início da pandemia, em março, até a última segunda-feira (10), em apenas cinco regiões tiveram, juntas, 5.539 denúncias registradas em Salvador contra as festas “paredões”.
Centenas de pessoas se aglomeram, sem utilizar quaisquer equipamentos de proteção, como máscaras, desprezam o isolamento social e colocam em risco a vida de seus familiares. De acordo com a Secretaria municipal de Saúde (SMS), a faixa etária entre 20 e 39 anos é a que possui a maior quantidade de registros positivos do novo coronavírus em Salvador: 38% do total.
Os “paredões” são vistos em bairros periféricos da capital, a exemplo da Fazenda Grande do Retiro, Paripe, Pernambués, Liberdade e Itapuã.
De acordo com a Semop, os cinco bairros da capital baiana, juntos, registraram 7.385 casos confirmados do novo coronavírus, sendo que Pernambués, sozinho, lidera com folga as estatísticas na capital baiana, com 2.199 registros. Fazenda Grande do Retiro (1.426), Itapuã (1.405), Liberdade (1.277) e Paripe (1.078) também estão entre as 14 localidades de Salvador já passaram dos mil casos confirmados do novo coronavírus.
A Semop, a Polícia Militar e o próprio Ministério Público da Bahia (MP-BA) têm buscado soluções em conjunto para evitar que uma nova onda de casos surja em Salvador, decorrentes das festas “paredões”.
O coordenador do Centro de Apoio Operacional Criminal do MP-BA, o promotor André Luiz Lavigne, afirma que os participantes de paredões, além de cometerem a contravenção da perturbação do sossego e do crime de poluição, estão incorrendo em um delito previsto no artigo 268 do Código Penal: “infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa”. A pena é detenção, de um mês a um ano, e multa.
O coronel Humberto Sturaro, comandante de operações da PM, disse que apesar do trabalho conjunto, inicialmente, ter o objetivo de orientar os jovens quanto a gravidade da pandemia, não descartou que os poderes públicos não tomem uma medida mais rígida para evitar as aglomerações.
“É importante junção das forças em busca do bem comum, mas medidas precisam ser tomadas para responsabilizar as pessoas. Vamos rever as nossas operações, melhorar ainda mais. Se pessoas que não estão entendendo de uma maneira, infelizmente serão responsabilizadas pelos crimes que vem cometendo”, alertou.
A coordenadora de poluição da Secretaria municipal de Ordem Pública (Semop), Márcia Cardim, informou que a quantidade de denúncias, no último final de semana, por conta do problema, foi de 1.554: um recorde. O órgão, em conjunto com as forças de segurança como a PM e a Guarda Municipal tem atuado de forma a combater esse tipo de aglomeração, apesar da falta de conscientização da população como um todo.