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Senado cobra informações sobre vacinação a ministro da Saúde

Corte pretende abrir uma CPI para investigar a conduta do governo federal na pandemia

Por Da Redação
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Senado cobra  informações sobre vacinação a ministro da Saúde

Foto: Agência Senado

O Senado Federal cobrou respostas do Ministério da Saúde sobre a vacinação da população contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, e pediu ainda esclarecimentos acerca da compra de doses pela iniciativa privada. A Corte pretende abrir  uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a conduta do governo federal na pandemia. 

A medida deve mexer com a tramitação do projeto que flexibiliza as regras para compra de imunizantes pelo setor privado. O texto, que já passou pela Câmara, tem o apoio do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). O Ministério da Saúde não tem apresentado cronogramas atualizados sobre a chegada mensal das vacinas em 2021, nem das projeções de quando grupos prioritários serão imunizados. Contudo,  defensores da antecipação de vacinas ao setor privado, como Lira, argumentam que o governo federal já contratou doses suficientes para o SUS.

Líderes do Senado avisaram que a proposta não será votada da forma como foi aprovada na Câmara. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), recebeu o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, no último sábado (10),  após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, determinar a abertura da CPI. Pressionado pelas empresas, Pacheco pediu a Queiroga um cronograma factível de vacinação de grupos prioritários. O senador busca argumentos para sustentar o discurso de que a entrada da iniciativa privada na campanha de imunização não é uma forma de "furar a fila" da vacinação, pois o SUS já estaria abastecido de doses.

Pelo texto aprovado na Câmara, empresários poderiam comprar vacinas mesmo sem o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), desde que o produto seja autorizado em alguma autoridade “credenciada” pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade Lima, também se manifestou contra a proposta. O próprio ministro Queiroga tem dito que deseja "ver para crer" que as vacinas serão entregues a empresários brasileiros em plena disputa global por doses.

Após a reunião com Queiroga, o presidente do Senado sinalizou que deseja evitar o confronto com a Saúde. "É muito importante mantermos a união, pacificação, diálogo permanente, para soluções efetivas para o problema maior dos brasileiros, que é a pandemia", disse Pacheco. Queiroga tem feito reuniões com embaixadas, farmacêuticas e entidades ligadas à OMS para tentar antecipar a chegada de imunizantes ao País. 
 

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