Senadores relatam ameaças após oposição ao 'PL das Armas'
Projeto flexibiliza a posse e o porte de armas de fogo para caçadores, atiradores e colecionadores
Foto: Waldemir Barreto/Agência Brasil
Um grupo de senadores contrários ao projeto que flexibiliza a posse e o porte de armas de fogo para caçadores, atiradores e colecionadores (Cacs), conhecido como PL das Armas, relataram terem sofrido ameaças após o adiamento da votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), do Senado, na quarta-feira (9).
As informações foram divulgadas a partir de um comunicado enviado à imprensa nesta sexta (11). No ofício, os parlamentares relatam estar sob "fortíssima pressão do lobby dos clubes de tiro e da indústria de armas".
O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) informou que um Boletim de Ocorrência (B.O) foi efetuado, na Polícia do Senado, na quarta-feira, após o conhecimento de um e-mail no qual as senadoras Simone Tebet (MDB-MS) e Eliziane Gama (Cidadania-MA) são chamadas de "cadelas".
No Twitter, a senadora comemorou a efetivação de mais um adiamento da PL, e disse que "é inaceitável se aproveitar de uma regulamentação para promover um “liberou geral” de armas no país".
Conseguimos, mais uma vez,adiar o projeto q/flexiliza o porte de armas p/colecionadores e caçadores(CACs). É inaceitável se aproveitar de uma regulamentação p/promover um “liberou geral”de armas no país. Continuaremos na luta contra as armas. Segurança é dever do governo.
— Eliziane Gama (@elizianegama) March 9, 2022
Após o ocorrido, Eliziane pediu ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que tomasse as providências para assegurar a proteção dos parlamentares e disse que "não é uma ameaça de uma verdadeira guerrilha nas redes sociais que vai nos fazer parar”.
Em resposta, Pacheco informou que cuidaria pessoalmente da situação, com o auxílio da Polícia Legislativa e que os responsáveis pelas ameaças serão identificados e responsabilizados.
"É intolerável qualquer tipo de ameaça ou de intimidação através dessa covardia de pessoas que se escondem atrás de redes sociais. Quando essas pessoas compreenderem que é muito mais eficaz para o propósito delas de exercício arbitrário das próprias razões usarem argumentos em vez de força, de ameaça, de intimidações ou de constrangimentos, talvez elas possam ter mais sucesso para poderem ter o exercício do convencimento ao Parlamento", disse o presidente.