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“Seria muito importante acenar com algum corte de gastos” disse Campos Neto no IX Fórum Jurídico de Lisboa

O presidente do Banco Central fez a declaração nesta terça-feira (16). Ele também defendeu as “reformas estruturantes”

Por Da Redação
Ás

“Seria muito importante acenar com algum corte de gastos” disse Campos Neto no IX Fórum Jurídico de Lisboa

Foto: Reprodução/Agência Brasil

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse no IX Fórum Jurídico de Lisboa nesta terça-feira (16) que seria “muito importante acenar com algum corte de gastos” mesmo com “limitações” do mundo político.

“Acho que ter algum nível de equilíbrio nos gastos seria muito importante, acenar com algum corte de gastos, alguma coisa neste sentido”, disse. 

“Eu entendo a dificuldade e entendo que o mundo político gera suas limitações nesse sentido. Mas o fato é o seguinte: o que a gente tem que olhar para frente é o que vai equilibrar a percepção no futuro, independente do que está acontecendo no curto prazo”, complementou.

Campos Neto ainda disse que a percepção do futuro, apesar dos imbróglios políticos, não pode ser de que o Brasil não consegue evoluir de forma estrutural com maiores níveis. “Se as pessoas começarem a achar que o crescimento estrutural do Brasil não é 2%, 2,5%, é 1%…”, disse.

Também participam do fórum os presidentes da Câmara e Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ministros como Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional), Bruno Bianco (Advocacia-Geral da União), Bruno Dantas (Tribunal de Contas da União), ministros do Supremo Tribunal Federal, entre outros.

Campos Neto ainda falou sobre o cenário de juros e inflação, o que, segundo ele, pode gerar um cenário mais desafiador para o Brasil caso não tenha credibilidade. “Pela primeira vez, a gente tem uma situação em que estamos passando por inflação interna e estamos importando inflação de outros países”, disse.

“Acho que o mundo vai passar por um processo de normalização de juros, já começou e acho que tem uma tendência de continuar por tudo o que eu disse aqui, e isso vai fazer com que o ambiente seja ainda mais desafiador para o Brasil”.

O presidente do BC também defendeu que, entre as formas para assegurar a credibilidade do país, está a necessidade de seguir com “reformas estruturantes”.

“É importante deixar a mensagem de que temos que seguir com as reformas estruturais. A forma de achar este equilíbrio fiscal é com credibilidade”, afirmou. “Credibilidade, hoje, mais do que nos detalhes do fiscal do dia a dia, está em passar uma mensagem de que a gente é um país que tem uma capacidade de ter um crescimento sustentável mais alto”.

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