Servidor do TJ comparsa de advogada do PCC tem dívidas de R$ 65 mil; O técnico era viciado em jogos de azar
O servidor recebia R$50 por cada pesquisa de dados sigilosos da Corte que ajudassem um criminoso da facção PCC
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O técnico judiciário Rigel dos Santos Brito, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), tem dívidas de, pelo menos, R$ 65 mil e foi preso no dia 24 de julho, por suspeita de ser comparsa da advogada que passava informações do TJDFT a faccionados do Primeiro Comando da Capital (PCC), Rigel coleciona processos fiscais. Ele tem um carro penhorado, dívidas relacionadas a créditos bancários adquiridos, além de notas promissórias, registros de dívida, com promessa de pagamento.
Um dos processos prevê o pagamento de uma dívida de mais de R$20 mil, sendo o desconto feito na folha de pagamento de Rigel. No início, eram descontados 15% do salário dele, porém, o juiz responsável abaixou para 10% após o técnico judiciário reclamar que o valor estaria atrapalhando “a subsistência”.
Em relação à penhora do carro, Rigel pagaria por um processo movido pelo Conselho Regional de Contabilidade do DF. Hoje em dia, o processo aguarda a intimação do técnico para que ele se manifeste acerca da penhora do veículo.
Rigel foi preso pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), no âmbito da Operação Têmis, deflagrada no dia 24 de julho. O servidor recebia R$50 por cada pesquisa de dados sigilosos da Corte que ajudassem um criminoso da facção PCC, lotado no Núcleo Permanente de Cálculos Judiciais Cíveis.
O técnico era viciado em jogos de azar, então, aceitava pequenas quantias como pagamento. A ponte entre o servidor e o faccionado era feita por uma advogada que defende o integrante da organização criminosa paulista. A advogada brasiliense Carla Rufino Freitas também foi detida na mesma operação. A defensora tinha o hábito de comprar as informações repassadas pelo servidor, de acordo com as investigações da 13ª Delegacia de Polícia (Sobradinho).
Após uma tentativa de homicídio, ocorrida no Assentamento Dorothy, em Sobradinho, no início deste mês, foi quando as investigações começaram. Na data, a advogada teria se dirigido a uma delegacia e apresentado uma pessoa inocente, que assumiria a autoria do crime. A ideia da defensora era justamente livrar o cliente dela, o faccionado do PCC.