Simulação nos EUA mostra estrago de guerra nuclear entre Rússia e EUA
'34 milhões de mortos em horas'
Foto: Reprodução | Universidade de Princeton/ BBC
Um grupo de especialistas em segurança e armas nucelares da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, criou uma simulação chamada "Plano A", que mostra a devastação que um conflito entre EUA e Rússia provocaria. Essa iniciativa surgiu após a possibilidade de uma guerra nuclear ser ameaça latente e, segundo os especialistas, informações sobre a catástrofe mundial que ela causaria pode servir para evitar que isso se torne realidade.
As previsões são assustadoras. Em questão de horas, haveria 34 milhões de mortos e mais de 57 milhões de feridos. “O risco de uma guerra nuclear aumentou dramaticamente depois que Estados Unidos e Rússia abandonaram o tratado de controle de armas nucleares", destacam os criadores da simulação ao blog do programa Ciência e Segurança Global da Universidade de Princeton.
A guerra
Essa guerra imaginária começa com a tentativa da Rússia de impedir uma ofensiva dos Estados Unidos e de membros da Otan, a Organização do Tratado do Atlântico Norte. Pela simulação, os russos lançam um míssil nuclear de "advertência" na fronteira entre Alemanha, Polônia e República Tcheca.
Com esse ataque, o conflito escala rapidamente. A Rússia envia aviões com um total de 300 ogivas nucleares e dispara mísseis de curto alcance contra bases e tropas da Otan na Europa.
Esses ataques duram 45 minutos e deixam 3,4 milhões de vítimas. A Otan, por sua vez, responde com aviões que viajam rumo à Rússia com 180 ogivas nucleares. A essa altura, o objetivo de cada um é evitar que o inimigo tenha oportunidade de se recuperar, portanto cada país lança ataques contra as 30 cidades mais povoadas do adversário.
Em cada bombardeio, são usadas entre 5 e 10 ogivas nucleares, dependendo do tamanho da cidade. O resultado: em 45 minutos, mais 85,3 milhões de vítimas, entre mortos e feridos.
Assim, em menos de cinco horas, haveria 91,5 milhões de vítimas. Isso inclui 34,1 milhões de mortes instantâneas e 57,4 milhões de feridos.
Os números, advertem os especialistas, aumentariam "significativamente" se forem levadas em conta as mortes a longo prazo causadas pelos resíduos radioativos deixados no ar.
Os cálculos
Os especialistas de Princeton dizem que os cálculos são "razoáveis" e baseados em condutas realistas da Rússia e dos Estados Unidos, assim como possíveis objetivos militares e o dano potencial das armas nucleares esses países possuem. O número de mortos e feridos em cada uma dessas fases foi calculado com base no NukeMap, uma ferramenta interativa que mostra o dano que diferentes armas nucleares causariam segundo sua potência e local de lançamento.