Síndrome de Burnout atinge 30% dos trabalhadores brasileiros; doença é mais recorrente entre mulheres!
Aos detalhes...
Foto: Divulgação Assessoria
Cobranças excessivas, competitividade e acúmulo de tarefas, aliados a um ambiente de trabalho desgastante. Tudo isso pode ser um gatilho para o aparecimento de um problema antigo, mas que foi recentemente reconhecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como doença ocupacional: a Síndrome de Burnout. O distúrbio psíquico, que é caracterizado pelo estado constante de estresse e tensão provenientes da atividade laboral, acomete 30% de 100 milhões de trabalhadores, de acordo com levantamento feito pela Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt).
Se você passa a maior parte do tempo voltado para o trabalho, em detrimento da vida pessoal, e se sente esgotado físico e psicologicamente é hora de apertar o botão de ‘pausa’. “O mundo atual impõe que as pessoas ajam como máquinas, buscando resultados e performances cada vez melhores para se destacarem no mercado e evitar demissões. Isso pode gerar uma tensão diária no indivíduo, que se sobrecarrega de atividades, passa a exercer muitas vezes mais de uma função e acaba se cobrando muito quando não consegue alcançar suas próprias metas”, pontua a médica do trabalho e psicoterapeuta, Ana Paula Teixeira, que também atua com Saúde Integrativa e Bem-estar.
Ainda de acordo com ela, o descanso é indispensável para a recuperação física e mental dos trabalhadores, sendo algo que não se deve negociar – estando inclusive previsto na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). “É preciso saber dividir bem as horas de lazer com as horas voltadas às preocupações e angústias relacionadas às atividades profissionais”, aconselha a médica. “A linha entre uma atividade saudável e a prática laboral excessiva é muito tênue. Por isso, é preciso estar atento aos sinais e sintomas que alertam para um possível quadro de esgotamento”, alerta.
Além do distanciamento do trabalho, as pessoas diagnosticadas com a Síndrome podem precisar fazer uso de antidepressivos; bem como necessitar de acompanhamento médico e psicológico. Terapia cognitiva comportamental, técnicas de relaxamento, prática de atividade física e mudança no estilo de vida são algumas das formas de prevenção, como também servem para auxiliar no tratamento da doença.
Mulheres são as que mais desenvolvem o problema
Nervosismo, sentimento de incapacidade, agitação, tontura, falta de apetite e até mesmo pensamentos suicidas podem ser sintomas da Síndrome de Burnout. Para as pessoas do sexo feminino, o quadro é ainda mais complexo. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha concluiu que 68% das mulheres do país se sentiam sobrecarregadas com o trabalho durante a pandemia, contra 56% dos homens. “O maior diagnóstico voltado para o público do sexo feminino pode ser explicado pelo fato delas não desligarem, nem quando chegam em casa. Algumas, mesmo durante o trabalho, podem estar envolvidas com questões relativas à educação dos filhos, cuidados com marido ou com a manutenção da casa”, explica Ana Paula Teixeira.