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Sobe para seis número de denúncias por assédio sexual contra delegado na BA; vítima relata importunação ao registrar boletim

Antônio Carlos Magalhães foi exonerado do cargo de delegado da Delegacia do Nordeste de Amaralina, em Salvador, no final de setembro

Por Da Redação
Ás

Atualizado
Sobe para seis número de denúncias por assédio sexual contra delegado na BA; vítima relata importunação ao registrar boletim

Foto: Reprodução

Duas novas vítimas prestaram queixas ao Sindicato dos Policiais Civis da Bahia (Sindpoc) contra o delegado Antônio Carlos Magalhães Santos, ex-titular da 28ª Delegacia Territorial do Nordeste de Amaralina, em Salvador, denunciado por assédio sexual.

Os novos registros foram feitos na quarta-feira (2), após lançamento da campanha “Ronda Policiais Seguras: Ambiente da Polícia Civil da Bahia Livre de Assédio”. Com eles, o delegado acumula seis denúncias de assédio sexual, moral, e abuso de autoridade. O Farol da Bahia procurou Antônio Carlos Magalhães para obter um posicionamento e aguarda retorno.

Uma das novas denúncias é de uma mulher da sociedade civil, que relata ter sofrido assédio sexual durante o registro de um boletim de ocorrência na época da pandemia de Covid-19. Todas as outras cinco denúncias foram feitas por investigadoras da Polícia Civil.

O delegado foi exonerado do cargo de titular da 28ª DT no dia 24 de setembro. A medida foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) quatro dias depois. Esta é a segunda vez que ele o delegado ACM Santos é denunciado pelo mesmo crime. 

Antes de comandar a delegacia do Nordeste de Amaralina, Antônio Carlos Magalhães atuou nas unidades de Periperi, Boca do Rio e Itapuã, bairros que também ficam na capital baiana.

Segundo o Sindpoc, as denúncias foram feitas inicialmente por colegas de trabalho das quatro investigadoras que realizaram as primeiras denúncias. Elas têm entre 30 e 40 anos. "O assédio ocorria dentro da própria delegacia como o gestor chamando para passear de lancha, dizendo que era muito rico, que tinha muito dinheiro, convidando para jantar, para casa de praia", contou a secretaria geral do Sindipoc, Luciene Rodrigues.

Ainda segundo Luciene Rodrigues, as investigadoras relataram que Antônio Carlos Magalhães tocava nos cabelos, barrigas e pernas das servidoras. Ele se oferecia para acompanhar as investigadoras quando quisessem ir ao banheiro e dizia que não adiantava elas fazerem denúncias, porque ele não seria punido.

Com uma das vítimas, o delegado ainda teria cometido assédio moral. "Ele gritava e chamava de burra na frente de todo mundo. Chamava de profissional burra e outras palavras de baixo calão", afirmou a secretaria.

A Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) determinou que a Polícia Civil apure as denúncias e que a Corregedoria-Geral do órgão acompanhe o caso.

Réu por estupro

Há 17 anos, o delegado foi réu em um processo de estupro contra a uma adolescente. Segundo o Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA), Antônio Carlos Magalhães violentou e manteve em cárcere privado, em um hotel, uma jovem de 17 anos que foi até a 5ª DT prestar investigações de um caso.

Após encaminhar a vítima para a realização de exames periciais, ele teria hospedado a adolescente em um hotel, ao invés de mandá-la ao Conselho Tutelar. Na época, ele era titular da 5ª DT Periperi.

O MP-BA ainda acrescentou que o delegado e o então chefe do Serviço de Investigação da 5ª DT passaram a frequentar o hotel, onde mantinham relações sexuais frequentes com a adolescente. Em depoimento, a jovem relatou que depois de algum tempo sendo explorada, conseguiu telefonar para a mãe, que residia em Itabuna, e pediu ajuda. 

A denúncia foi acatada pela Justiça e o então governador do estado, Jaques Wagner, determinou, no dia 4 de maio de 2007, a exoneração do delegado, que atuava como titular da Delegacia de Repressão a Furto e Roubo de Veículos (DRFRV).

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