"Sou uma colaboradora eventual", diz Nise sobre governo federal
Médica é apontada como uma das conselheiras paralelas do presidente Jair Bolsonaro sobre a pandemia

Foto: Agência Senado
A médica Nise Yamaguchi afirmou nesta terça-feira (1°), em depoimento na CPI da Pandemia, que não participa e desconhece a existência de um gabinete paralelo dentro do governo sobre a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. "Eu desconheço o gabinete paralelo e menos que eu integre o gabinete paralelo. Sou uma colaboradora eventual. Participo como médica, cientista, chamada para opinar em reuniões técnicas, governamentais, no Ministério da Saúde", afirmou.
O gabinete paralelo, como vem sendo chamado pela cúpula da CPI, é um suposto grupo que aconselhou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre ações para lidar com a pandemia. De acordo com a CPI, esse grupo teria funcionado paralelamente ao Ministério da Saúde. Ainda durante o depoimento, a médica disse que é “uma colaboradora eventual” do grupo. Diante das reiteradas perguntas do relator, Renan Calheiros (MDB-AL), sobre o gabinete paralelo, Nise disse que não sabia onde o senador "deseja chegar". "Eu não entendo aonde o senhor deseja chegar, porque na realidade eu só participo como consultora individual", afirmou a médica.
Questionada pelo presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), sobre quantas reuniões teve com Bolsonaro, Nise respondeu que foram "umas quatro, cinco vezes". Em nenhuma dessas ocasiões, segundo ela, esteve sozinha com Bolsonaro.
Uma dessas reuniões, segundo a médica, foi do grupo interministerial que discutiu a pandemia. "E tivemos uma primeira reunião em relação a essa questão em que eu deixava claro que vinha contribuir como voluntária. Um comitê de crise institucional", afirmou.