Spotify ajusta valores para ruídos funcionais: Novas regras impactarão pagamentos
Plataforma toma medidas para conter uso fraudulento e equilibrar remuneração
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A plataforma de streaming Spotify introduziu alterações significativas em relação aos chamados "ruídos funcionais", reduzindo a rentabilidade desses arquivos a partir do próximo ano. Este gênero engloba sons da natureza, ruídos brancos, efeitos sonoros e gravações em silêncio.
A mudança visa conter "maus atores" que se aproveitam do sistema de pagamento da plataforma. Até então, sons funcionais de 30 segundos recebiam a mesma compensação que músicas originais de artistas, gerando "oportunidades de receita" além do merecido, segundo o Spotify.
Para frear essa prática, a duração mínima dos sons funcionais foi aumentada para dois minutos, e agora, esses sons receberão uma fração do valor das músicas tradicionais. Anteriormente, criadores utilizavam estratégias de loops para aumentar o número de reproduções e, consequentemente, a receita.
Embora o Spotify não tenha divulgado a porcentagem exata de desvalorização, a Billboard relatou que as faixas funcionais valerão agora um quinto de suas contrapartes musicais.
Robert Kync, CEO do Warner Music Group, expressou em maio sua preocupação com a igualdade no valor entre transmissões de músicas e sons funcionais, uma opinião compartilhada por outros executivos do setor.
A diretora comercial da Endel, Marina Guz, ressaltou a necessidade de diferenciar a compensação para artistas e ruídos funcionais, sublinhando a pressão crescente para essa mudança.
Em uma tentativa de coibir comportamentos fraudulentos, o Spotify anunciou medidas para cobrar gravadoras e distribuidores por faixas suspeitas de streaming artificial. Além disso, a empresa reestruturou seu sistema de royalties, compensando apenas faixas reproduzidas mais de mil vezes.
O Spotify está investigando também podcasts de ruído branco, após relatos de que conteúdos com apenas sons ambientes impulsionados pelo algoritmo da plataforma resultaram em perdas consideráveis de lucros anuais potenciais. Estes podcasts, segundo a Bloomberg, podiam gerar até US$ 18 mil (R$ 88 mil) por mês em anúncios.