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Bahia

SSP conclui que miliciano Adriano da Nóbrega morreu em troca de tiros com PMs

Havia suspeita de execução

Por Da Redação
Ás

SSP conclui que miliciano Adriano da Nóbrega morreu em troca de tiros com PMs

Foto: Alberto Maraux/SSP-BA

A Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP) informou nesta quarta-feira (26), que o miliciano Adriano da Nóbrega não foi executado e nem torturado. Segundo o órgão,  Nóbrega foi morto por dois tiros durante uma troca de tiros com a Polícia Militar. O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) disse, após a morte do miliciano,que havia suspeita que Adriano tivesse sido torturado.

Adriano Magalhães da Nóbrega, morreu em fevereiro deste ano em um sítio no interior da Bahia, que pertence a um vereador do PSL. O ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar do Rio de Janeiro era considerado o chefe da milícia Escritório do Crime e estava foragido da Justiça havia mais de um ano. O miliciano também era um dos investigados por participação no suposto esquema de desvio de salários de funcionários do gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Porém, essa acusação é negada pelo senador. 

Morte

De acordo com o perito criminal José Carlos Montenegro, que apresentou os resultados da reconstituição do caso na coletiva desta quarta, Adriano foi atingido por 2 tiros. "Adriano tinha treinamento em combate e característica de resistir. A guarnição chegou primeiro. O tenente sabia exatamente o local porque conhecia a área. Eles avistaram, ao passar na frente o sítio, um suspeito de características similares com o indivíduo que era procurado", disse Montenegro.

Ainda de acordo com Montenegro, os três policiais envolvidos apresentaram versões convergentes.

"Eles [policiais] frisam que, quando começaram o deslocamento, o suspeito corre para dentro do imóvel. A guarnição incursionou para a estrada de acesso, o primeiro soldado, que usava um escudo e portava uma submetralhadora, não disparou em momento algum", afirmou o perito.

"Verbalizam para o interior que o indivíduo se rendesse e saísse, não havendo qualquer resposta no interior da casa. Diante do silêncio e ausência de resposta, o tenente deu a ordem para arrombamento da porta principal. Os disparos são efetuados no momento em que o aríete é usado para arrombar a porta, e a guarnição se depara com suspeito armado. A guarnição se deparou, e o escudo recebe os primeiros tiros. A guarnição estava sob a proteção do escudo. Não só ele recebe disparos, a parede posterior à célula tática também foi atingida - janela e porta frontal. Foram pelo menos sete disparos efetuados pelo suspeito".

"A célula atingida revida em dois disparos quase simultâneos. Você tem policiais sob efeito de arma de fogo, e eles reagem com dois disparos e atingem o suspeito. Dois disparados pelo tenente e soldado da retaguarda, tudo em correspondência ao laudo de necropsia. Duas lesões constatadas no corpo da vítima. Atingido, o indivíduo cai em tombamento em frente o hall de circulação, entre o hall e a parte posterior da sala. Tenente recolheu a arma após Adriano ferido", acrescentou o perito.

Na ação, o próprio escudo usado no dia foi mostrado. Foram duas perfurações e duas implantações. Ainda de acordo com o perito, toda a ação transcorreu cerca de 6 minutos e 630 segundos. "Um tempo rápido, ação extremamente rápida. É normal que haja esquecimento de pequenos detalhes", falou.

De acordo com o delegado Marcelo Sansão, diretor do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco) e responsável pelas investigações do caso, os policiais agiram na ação em legítima defesa.

"Por tudo que foi exposto, por todo conjunto de provas que trouxemos aos autos. Apesar de toda a situação e distância de alguns moradores, porque o sítio tinha distância de outras residências, mas trouxemos oitivas de outras pessoas, que corroboram com as informações dos policiais. Há uma consonância com os laudos. Não somos polícia de governo, somos polícia de estado. E para chegar a essa conclusão, todos os aspectos foram criteriosamente questionados", disse o delegado.

Primeira versão da SPP

Na época em que foi morto, a SSP chegou a afirmar que ele era suspeito de envolvimento no assassinato de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018. Porém, o nome do miliciano não consta do inquérito que investiga o caso. 

Ainda segundo a SSP,  Nóbrega foi encontrado em uma casa, na zona rural de Esplanada, por equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), da Companhia Independente de Policiamento Especializado (Cipe) Litoral Norte e da Superintendência de Inteligência (SI) da SSP-BA. O imóvel é um sítio de um vereador do PSL de Esplanada. Na ação, Adriano teria resistido ao mandado de prisão com disparos de arma de fogo e acabou ferido. Ele chegou a ser socorrido e levado a um hospital da região, mas não sobreviveu, segundo a SPP.
 

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