STF manda PF ouvir Mourão sobre ligação de Bolsonaro antes de depoimento
Decisão atende um pedido da PGR, que apontou tentativa de coação de testemunha

Foto: Agência Brasil/Antonio Cruz
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou que a Polícia Federal (PF) tome o depoimento do senador e ex-vice-presidente da República Hamilton Mourão (Republicanos-RS) no prazo de 15 dias. A decisão ocorre após a Procuradoria-Geral da República (PGR) apontar que ele recebeu uma ligação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) antes de prestar depoimento no inquérito do golpe.
Mourão foi ouvido pelos ministros da Primeira Turma do Supremo na condição de testemunha de Bolsonaro, em 23 de maio. Na ligação, que ocorreu antes da oitiva, o ex-presidente teria pedido a Mourão que reforçasse que nunca ouviu dele qualquer menção a uma ruptura institucional.
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Na petição encaminhada ao STF, a Procuradoria afirmou que a conversa pode caracterizar tentativa de constrangimento, intimidação ou coação de testemunha.
“A notícia traz à tona a possibilidade de que a testemunha tenha sido submetida a constrangimento, intimidação ou qualquer forma de coação em relação ao teor de seu depoimento”, afirmou a PGR.
Além de Bolsonaro, Mourão foi indicado como testemunha de defesa pelos generais Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Braga Netto. Todos são réus no STF por tentativa de golpe.