STF mantém gestão restrita de Sérgio Camargo na Fundação Palmares
Gilmar Mendes considera gravidade das denúncias contra o predisente da instituição
Foto: Reprodução/Redes Sociais
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, decidiu manter restrita a gestão de Sérgio Camargo na Fundação Palmares. Na decisão, o magistrado classifica a 21ª Vara do Trabalho de Brasília como “incompetente” para decidir sobre o tema, mas não descarta a gravidade das denúncias contra Camargo.
“Ressalta-se que o reconhecimento da incompetência do Juízo de forma alguma afasta a gravidade dos fatos que suscitaram a concessão da tutela de urgência. Verifica-se, a propósito, que declarações públicas recentes do Presidente da Fundação Palmares reforçam a sua inclinação à prática de atos discriminatórios motivados por perseguição, racismo e estigmatização social. Esses comportamentos se mostram prima facie incompatíveis com o exercício de função pública de tamanha relevância e devem ser cuidadosamente investigados”, disse Mendes.
Polêmicas
Sérgio Camargo, desde que assumiu o cargo na presidência da fundação, em novembro de 2019, coleciona declarações que geram indignação. Na semana passada, ele criticou nas redes sociais o congolês Moïse Kabagambe, espancado até a morte em um quiosque na Barra da Tijuca.
Camargo postou que a morte de Moïse foi consequência de seu “modo indigno de vida” e o chamou de "vagabundo". “Moïse andava e negociava com pessoas que não prestam. Em tese, foi um vagabundo morto por vagabundos mais fortes", escreveu.
Em uma publicação, antes de ser nomeado para o cargo, ainda em 2019, Camargo classificou o racismo no Brasil de "nutella". "Racismo real existe nos Estados Unidos. A negrada daqui reclama porque é imbecil e desinformada pela esquerda", disse Camargo na ocasião.