STF mantém prisão preventiva do general Braga Netto
Decisão do ministro Alexandre de Moraes foi apoiada pela PGR
Foto: Isac Nóbrega/PR
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu manter a prisão preventiva do general Walter Braga Netto, acusado de obstrução de Justiça e participação na articulação de um golpe de Estado contra a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2022.
A decisão foi confirmada na quarta-feira (24) pelo ministro Alexandre de Moraes, que rejeitou pedidos para a revogação da prisão. A Procuradoria-Geral da República (PGR) opinou contra a reversão da medida, afirmando que não houve apresentação de fatos novos que justificassem a mudança.
Juca Oliveira, advogado de Braga Netto, informou que a defesa já havia sido notificada sobre a manutenção da decisão. Ele declarou que irá continuar trabalhando para reverter a prisão, mas não especificou as próximas ações jurídicas.
O general Walter Braga Netto foi preso preventivamente sob acusações de envolvimento direto em ações para impedir a posse do atual presidente. As investigações ainda estão em curso, conduzidas por autoridades federais e supervisionadas pelo STF.
Entenda porque Braga Netto foi preso
O general da reserva, ex-ministro da Defesa, e candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro (PL), em 2022, Walter Braga Netto é apontado como responsável por financiar um grupo de militares que tentou assassinar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e monitorar os depoimentos da delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens.
Entre as contribuições de Braga Netto, os investigadores apontam a entrega de recursos aos "kids pretos" em uma sacola de vinho. Segundo Cid, a verba serviria para financiar os planos de golpe.
Os "kids pretos" são militares da ativa ou da reserva do Exército, especialistas em operações especiais. Eles operam desde 1957. Em novembro, quatro deles foram presos suspeitos de participação no plano de golpe.
Ao concluir a investigação da trama golpista, a Polícia Federal (PF) afirmou no relatório final da investigação que Braga Netto tentou conseguir "informações sobre o acordo de colaboração" de Cid. De acordo com a PF, essa tentativa ocorreu por meio dos pais do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.