Supremo envia para análise da PGR indícios de interferência de Bolsonaro nas investigações do MEC
Presidente ainda não é alvo da investigação
Foto: Agência Brasil
A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, encaminhou para a Procuradoria-Geral da República as suspeitas de que o presidente Jair Bolsonaro (PL) interferiu nas investigações de corrupção e tráfico de influência no Ministério da Educação. Agora, caberá à Procuradoria avaliar se há elementos para abrir uma manifestação formal contra Bolsonaro. Neste momento, o mandatário não é alvo da investigação.
As investigações foram enviadas ao Supremo pela Justiça Federal em Brasília após a Polícia Federal e o Ministério Público Federal terem apontado indícios de que Bolsonaro teria alertado o ex-ministro Milton Ribeiro sobre a operação da PF. De acordo com uma interceptação telefônica, em 9 de junho, Ribeiro disse a uma filha que Bolsonaro havia lhe relatado "pressentimento" de que o ex-ministro poderia ser usado para atingir o presidente.
No fim de junho, Ribeiro foi preso em uma operação da PF que investiga desvio de verbas do Ministério da Educação por meio de pastores que supostamente pediam propina a prefeitos para acelerar a liberação de recursos da pasta. No dia seguinte, por ordem judicial, o ex-ministro e os pastores foram soltos.