• Home/
  • Notícias/
  • Bahia/
  • Surto de meningite ocorre porque população não confia no sistema de saúde, diz especialista
Bahia

Surto de meningite ocorre porque população não confia no sistema de saúde, diz especialista

Na Bahia, 43 pessoas já morreram em decorrência da doença entre janeiro e 24 de setembro deste ano

Por Emilly Lima
Ás

Surto de meningite ocorre porque população não confia no sistema de saúde, diz especialista

Foto: Reprodução

A Bahia registrou entre janeiro e 24 de setembro deste ano, quando encerrou a 38ª semana epidemiológica, 43 casos confirmados de meningites de diversos tipos. O número é 50% a mais que no mesmo período do ano passado, quando o total foi de 21 casos, de acordo com dados divulgados pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesab).

A alta nos números também ocorre quando a questão é sobre os casos notificados, que neste ano, até o dia 24 de setembro, foram 273 confirmados da doença. No mesmo período de 2021, foram contabilizados 105 casos. Ou seja, um aumento de 160%. Contudo, mesmo com os dados apontando um crescimento de casos de meningite, a Sesab e a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) ainda não consideram um surto da doença.

Ao Farol da Bahia, o Dr. Daniel Lerario, clínico geral e endocrinologista, explicou que muitos brasileiros deixaram de acreditar que as vacinas são necessárias contra as doenças.

"Diversas doenças que já haviam sido erradicadas estão voltando a ser diagnosticadas, como é o caso da poliomielite ou do sarampo. Isso vem acontecendo porque algumas pessoas acreditam que as vacinas não são necessárias, enquanto outras não confiam no sistema de saúde", disse o médico, que também é mestre e doutor pela Escola Paulista de Medicina (Unifesp).

O Dr. Lerario, porém, esclarece que, seja qual for a razão para a não vacinação, "é importante destacar que as vacinas são seguras, amplamente testadas e protegem não apenas das doenças, mas também das sequelas que podem surgir a partir do agravamento destas doenças", acrescentou.

A meningite meningocócica é transmitida por um grupo de bactérias chamadas meningococos, que provocam uma inflamação na meninge, que é a membrana que envolve o cérebro e a medula espinhal. Há também outros tipos de meningites, que podem ser causadas por fungos, vírus ou outros tipos de bactérias. No caso da meningite bacteriana, se não diagnosticada e tratada precocemente, pode evoluir rapidamente para uma forma grave e levar à morte.

Sintomas

De acordo com o Dr. Daniel Lerario, as meningites bacterianas são as que mais têm preocupado profissionais da saúde porque a transmissão ocorre por via respiratória. "Ou seja, de pessoa para pessoa, por meio das gotículas e secreções do nariz e da garganta, eliminadas por tosse, espirro ou até mesmo pela fala. Outros tipos de meningite podem ser transmitidas por contato entre pessoas e objetos infectados, pelos alimentos ou até mesmo por picada de inseto", explica.

No entanto, há sinais comuns da doença em que a população pode observar no corpo, como febre, dor no corpo, dor de cabeça, vômito, aparecimento de manchas na pele e rigidez na nuca. Contudo, em bebês, os sintomas são: moleza, irritabilidade, choro intenso, inquietação, recusa alimentar, diarreia e fontanela abaulada (moleira).

Já em crianças maiores e adultos, os sinais são: sonolência, dores nas articulações e aversão à luz.

Vacinação

Assim como afirmam a Sesab e a SMS, o especialista reforça que a vacina é a forma mais eficaz de prevenir a doença, não só para aqueles que estão se imunizando, mas também para toda a população porque reduz a circulação dos agentes causadores da meningite.

Por causa dos surtos ocorridos em cidades de São Paulo, o Ministério da Saúde ampliou a faixa etária para a vacinação contra a doença. "A vacina meningocócica C conjugada faz parte do Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde (PNI), sendo indicada em duas doses, aos 3 e aos 5 meses de idade, com um reforço preferencialmente aos 12 meses de idade. No caso de surtos, como o que estamos vivenciando, a vacina foi estendida também para crianças até 10 anos que ainda não foram vacinadas", lembrou o Dr. Lerario.

Já a vacina meningocócica ACWY, disponível para a faixa etária não vacinada entre 11 e 12 anos, segundo o Calendário Nacional de Vacinação, foi ampliada para quem tem entre 13 e 14 anos, bem como para trabalhadores de saúde, mesmo com esquema vacinal completo.  A oferta das vacinas ocorrerá de forma temporária, até junho de 2023.

"Em algumas regiões mais críticas, esta vacina tem sido disponibilizada para outros grupos. Assim, é importante que todas as pessoas que não tenham o esquema vacinal completo ou não tenham tomado nenhuma dose ou reforço nos últimos 5 anos, verifiquem em suas regiões se estão habilitadas a tomar a vacina nos postos de saúde", pontuou.

É importante ressaltar que a meningite tem cura, principalmente se o tratamento for feito logo após o diagnóstico. No caso da meningite bacteriana, que tem circulado rapidamente entre as cidades, o tratamento é feito por meio de antibióticos, anti-inflamatórios e cuidados gerais. 

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie:redacao@fbcomunicacao.com.br

Faça seu comentário

Nome é obrigatório
E-mail é obrigatório
E-mail inválido
Comentário é obrigatório
É necessário confirmar que leu e aceita os nossos Termos de Política e Privacidade para continuar.
Comentário enviado com sucesso!
Erro ao enviar comentário. Tente novamente mais tarde.