Tarcísio defende Bolsonaro e diz que "verdade vai vir à tona" em depoimento do ex-presidente ao STF
Jair Bolsonaro é réu em ação penal sobre suposta tentativa de Estado e participa de oitiva nesta terça-feira (10)

Foto: Pablo Jacob/Governo de SP/Divulgação
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), voltou a defender Jair Bolsonaro (PL), nesta terça-feira (10), e garantiu que o ex-presidente vai “falar a verdade” em depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF).
“Ele (Bolsonaro) está sereno, está tranquilo, vai falar a verdade e acredito que a verdade vai vir à tona”, afirmou em conversa com jornalistas, após a formatura de novos 1,8 mil soldados da Polícia Militar de SP, no autódromo de Interlagos.
A oitiva teve início às 14h30 no âmbito da ação penal em que Bolsonaro é réu por suposta tentativa de golpe de Estado, após vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nas eleições de 2022.
O governador relatou ainda o conteúdo de um áudio mostrado por um advogado de defesa que demonstraria a inocência do ex-presidente.
“O presidente não tinha intenção nenhuma de nenhum tipo de ruptura. Foi a tônica do meu depoimento também, que eu tive a oportunidade de manifestar sobre isso. A gente está absolutamente tranquilo com relação à inocência do presidente Bolsonaro”, completou.
Tarcísio foi ouvido pelo STF no último dia 30, como testemunha de defesa de Bolsonaro. O depoimento durou pouco mais de oito minutos e foi realizado por videoconferência. Tarcísio detalhou que após a derrota presidencial, em 2022, encontrou “ um presidente triste e resignado” e que Bolsonaro nunca mencionou uma tentativa de golpe. Veja vídeo:
Os interrogatórios dos oito réus, que compõem o chamado “Núcleo 1” da suposta trama golpista, começaram na segunda-feira (9). Cinco crimes foram atribuídos pela PGR ao núcleo 1:
• Abolição violenta do Estado Democrático de Direito: pune o ato de "tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais". A pena varia de 4 a 8 anos de prisão.
• Golpe de Estado: fica configurado quando uma pessoa tenta "depor, por meio de violência ou grave ameaça, o governo legitimamente constituído". A punição é aplicada por prisão, no período de 4 a 12 anos.
• Organização criminosa: quando quatro ou mais pessoas se reúnem, de forma ordenada e com divisão de tarefas, para cometer crimes. Pena de 3 a 8 anos.
• Dano qualificado: destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia, com violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima. Pena de seis meses a três anos.
• Deterioração de patrimônio tombado: destruir, inutilizar ou deteriorar bem especialmente protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial. Pena de um a três anos.
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