'Tarifaço' de Trump: confira as reações de países e os efeitos no mercado financeiro
Presidente dos EUA anunciou imposição de tarifas recíprocas a mais de 180 países

Foto: Isac Nóbrega/PR
O dia 2 de abril foi declarado como "Dia da Libertação" americana pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A data marcou o início de uma série de novas taxas de importação e o detalhamento da chamadas "tarifas recíprocas" contra mais de 180 países, que para Trump, "libertariam" os EUA de produtos estrangeiros. As informações são do g1 Economia.
A decisão do norte-americano fez as bolsas de valores em todo o mundo despencarem devido ao receio de um aumento nos preços e nas taxas de juros nos EUA.
Por causa do anúncio, diversos países reagiram prometendo retaliações com novas tarifas e orientando suas empresas a suspenderem investimentos nos Estados Unidos.
Veja algumas das reações:
Reino Unido: o secretário de comércio, Jonathan Reynolds afirmou que o país é um "aliado próximo" dos EUA e que focará seus esforços em fazer um acordo para mitigar os efeitos das novas tarifas.
França: o presidente francês, Emmanuel Macron, já havia afirmado que as tarifas "não eram coerentes" e que significariam "quebrar cadeias de valor, criar inflação e destruir empregos". Após o anúncio da tarifa, o presidente francês pediu que empresas europeias suspendam os investimentos planejados nos Estados Unidos.
União Europeia: a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, disse que via a política comercial de Trump como um passo na direção errada e que tinha um "plano forte" para retaliar Washington. "Não queremos necessariamente retaliar. Mas se for necessário, temos um plano forte para retaliar e o usaremos", afirmou,
China: o governo chinês afirmou que as tarifas prejudicariam o sistema de comércio global e na sexta-feira (4) já anunciou tarifas de 34% (a mesma taxa que Trump disse que cobraria) aos produtos importados dos Estados Unidos. A nova taxa passa a valer na próxima quinta-feira (10).
No Brasil, Trump afirmou que os EUA passariam a cobrar 10% de todas as importações do país, como parte do decreto das tarifas recíprocas.
A decisão repercutiu no Congresso Nacional e o Senado Federal aprovou o projeto que cria a Lei da Reciprocidade Econômica, que permite que o governo brasileiro retalie países que imponham barreiras comerciais aos seus produtos.
Impactos nos mercados financeiros
A imposição de tarifas por parte de Trump também causou reações nos mercados financeiros globais, com uma queda generalizada de bolsas de valores pelo mundo e avanços expressivos do dólar.
Na sexta-feira, os principais índices acionários da Ásia e da Europa encerraram em forte queda, em repercussão ao "tarifaço". As bolsas dos EUA derretem 10% na semana e perderam US$ 6 trilhões em valor de mercado em apenas dois dias.
O dólar subiu mais de 3% na sexta-feira e encerrou cotado a R$ 5,83, no maior valor em quase um mês. O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, fechou com queda de 2,96%, aos 127.256 pontos.
O principal motivo dessa movimentação nos mercados é a cautela dos investidores quanto aos efeitos das novas tarifas de Trump na economia global.