Tarifaço de Trump: Lula convoca reunião de emergência com ministros após decreto
Presidente norte-americano assinou nesta quarta-feira (30) um decreto oficializando as tarifas de 50% contra produtos brasileiros

Foto: Ricardo Stuckert/PR | Isac Nóbrega/PR
O presidente Lula (PT) convocou uma reunião de emergência com ministros no Palácio do Planalto, nesta quarta-feira (30), após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinar um decreto oficializando a tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil.
Devem integrar a reunião o vice-presidente, Geraldo Alckmin, e os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Jorge Messias (Advocacia-Geral da União), Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais), Rui Costa (Casa Civil) e Sidônio Palmeira (Comunicação Social da Presidência).
"Vou me reunir ali para defender outra soberania: a soberania do povo brasileiro em função das medidas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos", afirmou Lula, durante o evento de sanção do Projeto de Lei nº 3.062/2022, que veda o uso de animais em pesquisas e testes com cosméticos.
O decreto
No documento, assinado por Trump e divulgado pela Casa Branca nesta quarta-feira, o presidente dos EUA afirma que a ordem é justificada por uma "emergência nacional" em função das políticas e ações "incomuns" e "extraordinárias" do governo brasileiro que, de acordo com o republicano, prejudicam empresas americanas, os direitos de liberdade de expressão dos cidadãos americanos e a política externa e a economia dos EUA, de maneira geral.
Trump ainda usa como justificativa para a medida o que classifica como "perseguição, intimidação, assédio, censura e processo politicamente motivado" contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
O documento também cita o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, alegando que, desde 2019, ele utiliza as decisões na Corte para "abusar de sua autoridade judicial para ameaçar, atingir e intimidar milhares de opositores políticos".
O ministro foi alvo da aplicação da Lei Magnitsky, que estabelece sanções econômicas que vão desde o bloqueio de bens que estejam presentes nos Estados Unidos até restrições de movimentações bancárias.
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