Taxa de analfabetismo em PCDs na Bahia é mais que o triplo daquelas não portadoras, diz IBGE
Segundo levantamento, pessoas com deficiência são 1 a cada 10 no estado
Foto: José Cruz/Agência Brasil
Em 2022, 1,524 milhão de pessoas acima de 2 anos de idade na Bahia tinham alguma deficiência, o que representava 10,4% da população. O estado tinha a 5ª maior proporção de pessoas com deficiência no país, atrás de outros quatro da região Nordeste: Sergipe (12,1%), Ceará (10,9%), Piauí (10,8%) e Alagoas (10,5%). As informações constam do módulo de Pessoas com Deficiência, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), divulgado nesta sexta-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No âmbito nacional, 8,9% da população de 2 anos ou mais tinham alguma deficiência. Em números absolutos, a Bahia, estado com a 4ª maior população total do país, tinha o 3º maior contingente de pessoas com deficiência, atrás apenas de São Paulo (3,609 milhões) e Minas Gerais (1,876 milhão). No Brasil como um todo, 18,580 milhões de habitantes possuíam alguma deficiência em 2022.
No estado, a proporção de pessoas com deficiência aumentava de acordo com a idade: enquanto 3,0% da população baiana entre 2 e 9 anos possuíam alguma deficiência, o percentual passava da metade na população acima de 80 anos (54,1%). Também por isso, a ocorrência de alguma deficiência era maior nos grupos populacionais mais longevos.
Na Bahia, 6 em cada 10 pessoas com deficiência eram mulheres (59,1% ou 900 mil), enquanto os homens representavam 40,9% do total (623 mil). Além disso, a proporção de pessoas com deficiência no total da população era idêntica entre pretos (9,9%) e pardos (9,9%), os brancos apresentavam um índice maior (12,1%).
De acordo com os dados divulgados, na Bahia, 4 em cada 10 pessoas com deficiência (39,2% ou 598 mil) informaram ter dois ou mais tipos de dificuldades funcionais. A dificuldade funcional mais relatada no estado foi para andar ou subir degraus, que afetava quase 4 em cada 10 pessoas com deficiência (37,3% do total, ou 568 mil pessoas).
Na sequência, veio a dificuldade para enxergar, mesmo usando óculos ou lente de contato (549 mil ou 36,0% do total) e dificuldade para aprender, lembrar-se das coisas ou se concentrar (462 mil ou 30,3%). A soma das proporções dá mais de 100% porque uma mesma pessoa pode ter mais de uma dificuldade e, por isso, contar mais de uma vez.
Taxa de analfabetismo
A taxa de analfabetismo das pessoas com deficiência na Bahia (29,4%) é mais que o triplo daquelas sem deficiência (8,2%). A taxa das pessoas de 15 anos ou mais de idade com alguma deficiência era de 29,4% em 2022. Era o 8º maior índice do país e bem superior ao nacional (19,5%). Além disso, a taxa de analfabetismo das pessoas com deficiência na Bahia equivalia a 3,6 vezes a das pessoas sem deficiência (8,2%).
Mesmo que soubessem ler e escrever, as pessoas com deficiência apresentavam escolaridade, em média, bem inferior à das que não tinham deficiência. Quase 7 em cada 10 pessoas de 25 anos ou mais de idade com deficiência na Bahia (67,6%) não haviam completado o Ensino Fundamental e apenas 5,8% delas tinham o Ensino Superior completo. Entre as pessoas sem deficiência, essas proporções eram de 39,3% e 12,9% respectivamente.