Taxa de doadores de órgãos cai 13% no primeiro semestre de 2021
Contraindicação do procedimento pelo risco da Covid-19 é um indício, diz associação
Foto: Reprodução/ HFB
Segundo dados divulgados pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), apesar da taxa de notificação de potenciais doadores de órgãos ter aumentado 13% no primeiro semestre de 2021, a taxa de doadores efetivos caiu no mesmo percentual (13%). De acordo com os dados, a queda se deve à perda de 24,9% na taxa de efetivação da doação.
Segundo o editor-chefe do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT) e membro do Conselho Consultivo da associação, a queda é explicada pelo aumento de 44% na taxa de contraindicação, em parte pelo risco de transmissão de covid-19 ou pela dificuldade de fazerem o teste PCR para a detecção da doença ou para obter o resultado rapidamente.
A versão semestral do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT)- balanço completo sobre doação de órgãos e transplantes no país - mostra que o transplante renal (19,2 por milhão de população - pmp) diminuiu 16,3%. As maiores quedas ocorreram nos estados de Santa Catarina (63%) e Rio Grande do Sul (59%).
Nenhum estado atingiu 40 transplantes renais por milhão de população e só três unidades da federação ultrapassaram 30 transplantes: Paraná, São Paulo e Distrito Federal.
Os transplantes hepáticos caíram 9%, sendo maiores em Minas Gerais (27%) e Paraná (20%). O transplante com doador vivo aumentou 10% e com doador falecido caiu 12%. O transplante cardíaco (1,2 pmp) diminuiu 15%, sendo essa queda mais acentuada no Ceará (86%), Paraná (66%) e Rio Grande do Sul. O transplante pulmonar, realizado em apenas dois estados, neste semestre, caiu 5,7%, tendo aumentado 31% em São Paulo e diminuído 50% no Rio Grande do Sul.