TCM identifica superfaturamento de R$ 9,8 milhões em insumos adquiridos pela prefeitura do Rio
Corte determinou a instauração de uma Tomada de Contas Especial para apurar o caso
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Foto: Reprodução
A Prefeitura do Rio de Janeiro comprou em 2020 pelo menos R$ 9,8 milhões em insumos superfaturados, mesmo tendo encontrado no mercado os mesmos itens por preços bem mais baixos. A informação consta em relatório de auditoria do Tribunal de Contas do Município (TCM).
A Corte determinou a instauração de uma Tomada de Contas Especial para identificar os responsáveis. Caso sejam considerados culpados, terão que devolver os valores aos cofres públicos. Pelo menos dois ex-executivos na gestão do ex-prefeito Marcelo Crivella são citados como responsáveis pelas compras: o então presidente da empresa Rio-Saúde Marcelo Roseira; e o ex-subsecretário de Gestão da Secretaria municipal de Saúde Ivo Remuzka.
Os insumos citados se referem a materiais que os profissionais de Saúde deveriam usar no dia a dia no tratamento de pacientes infectados com a Covid-19. Entre os itens apontados como superfaturados estão 2 milhões de toucas cirúrgicas e 30 mil óculos de proteção individual importados da China.
De acordo com o relatório, cada touca foi vendida pela fornecedora China Meheco Corporation por R$ 0,984 a unidade, mesmo a prefeitura tendo encontrado no mercado nacional o mesmo item por R$ 0,10 cada. A diferença do preço foi de 884%.
No caso dos óculos de proteção, a prefeitura também optou por adquirir o insumo da China Meheco por R$ 38,80 a unidade, enquanto que havia fornecedor disposto a vender o produto por R$ 1,89, cada. Ou seja, o item saiu 1.958,2% mais caro.
Os auditores também apontaram superfaturamento na aquisição de 500 mil máscaras faciais N95 e 30 mil capas de proteção.