Salvador recebeu pela primeira vez um camarote internacional durante sua programação de carnaval. A Embaixada de Gana, país da África Ocidental, foi responsável por promover a iniciativa, que aconteceu no centro histórico da cidade, ocupando o Vale do Dendê no Pelourinho, com muita arte, cultura e história.
O Camarote Casa de Gana (@casadegana) teve o kente como tema em sua primeira edição. O tradicional tecido da realeza africana, conhecido por suas cores, simbolismo e história. A origem do kente é artesanal e já foi reservada aos reis Ashanti, que governaram um dos maiores impérios da África, a Costa do Ouro, onde hoje se localiza Gana.
O tecido se caracteriza por ser trançado a partir de tiras estreitas ou largas e apresenta padrões multicoloridos, formatos geométricos e desenhos ousados. “O Kente original é repleto de simbolismo.Cada padrão é único e tem seu próprio nome, cores e significados”, explica a Embaixadora de Gana, Abena Busia.
Com a globalização e tecnologia, o kente se popularizou e hoje pode ser encontrado também em diversos modelos estampados, que imitam as cores e os desenhos da técnica ancestral. O estilista e designer Luiz do Nascimento Delaja, responsável pela curadoria da exposição do kente no camarote, é filho de mãe brasileira e pai africano e traz referências das duas culturas. Ele destaca que o uso do kente no design contemporâneo tem ganhado mais impulso. “Versões impressas do kente são produzidas, vendidas em grande escala e usadas por estilistas em vários países do mundo, mas também tem crescido a valorização pelo kente ‘verdadeiro’, feito à mão”.
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