Tecnologia que elimina restrição a líquidos começa a ser implementada em aeroportos
O valor de implementação da nova tecnologia está sendo um dos problemas enfrentados
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Diversos aeroportos ao redor do mundo estão utilizando uma nova tecnologia que permitirá que a exigência de colocar líquidos em recipientes de até 100 mililitros e retirar eletrônicos de dentro das malas durante viagens aéreas, seja descartada.
O Aeroporto de Shannon, no oeste da Irlanda, anunciou discretamente, em outubro de 2021, seu novo sistema de tomografia computadorizada, ou seja, um sistema de segurança de varredura de última geração, instalado a um custo de cerca de R$ 13,4 milhões.
A partir da mudança, Líquidos e eletrônicos agora podem permanecer em bolsas, sem restrições no volume, e as malas de cabine podem passar pelo scanner de segurança em novas bandejas maiores.
“É um dos projetos que o Shannon Group assumiu durante o período de severas restrições de viagens na aviação”, disse Nandi O’Sullivan, chefe de comunicações do grupo.
A tecnologia, que foi implantada durante a pandemia, só começou a ser utilizada com a volta de viagens internacionais, em março de 2022. O Aeroporto de Donegal, no noroeste da Irlanda, também seguiu o exemplo, instalando novas tecnologias e abandonando a regra dos 100 ml.
Assim como as tomografias computadorizadas que conhecemos dos hospitais, os scanners de segurança nos aeroportos substituem a varredura convencional de raios-X 2D por imagens 3D muito mais precisas. As informações foram dadas pelo chefe de soluções de checkpoint da Smiths Detection, Kevin Riordan.
“Você pode obter muitas informações de uma imagem 2D, mas se tiver um objeto 3D na mão, obterá muito mais”, afirmou.
“Do ponto de vista da segurança, eles são capazes de tomar decisões muito precisas sobre quais materiais estão em sua bolsa: é um material de ameaça provável ou benigno. Isso significa melhor segurança, melhores decisões”, continuou.
O aeroporto Shannon certificou que o novo equipamento reduzirá, pela metade, o tempo gasto na triagem de segurança dos passageiros.
A tecnologia de tomografia computadorizada começou a ganhar as manchetes de jornais em 2018. Os scanners foram testados nos principais aeroportos, incluindo Heathrow, em Londres, JFK, em Nova York, e o Schiphol de Amsterdã. Heathrow anunciou, no ano seguinte, que estava investindo cerca de R$ 313 milhões em uma implantação gradual da tecnologia em seus aeroportos com prazo de até 2022.
O Aeroporto London Southend, na Grã-Bretanha e o de Schiphol, em Amsterdã também estão utilizando a nova tecnologia. O valor de implementação está sendo um dos problemas enfrentados. Os aeroportos menores, que já enfrentam dificuldades na era pós-Covid, podem achar as atualizações um desafio.