Telemedicina: modelo cresce com integração no SUS, inteligência artificial e expansão na rede privada
Ministério tem o objetivo de destinar R$464 milhões neste ano para que estados e municípios façam essa transição para o meio digital
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A telemedicina se firmou como uma alternativa viável no atendimento médico em crescimento no Brasil, tanto entre as empresas privadas – com uso de drones e inteligência artificial –, quanto no Sistema Único de Saúde (SUS), – que projeta investimentos e expansão na modalidade nos próximos anos.
A modalidade foi impulsionada durante a pandemia da Covid-19. Em 2023, foram registrados mais de 30 milhões de atendimentos médicos feitos à distância no país em 2023, segundo dados da Federação Nacional de Saúde Suplementar (Fenasaúde), que reúne 14 grupos de operadoras de planos de saúde. O número é 172% superior que as 11 milhões de consultas remotas de 2020 até o final de 2022.
A praticidade é um dos fatores que estimularam a prática, regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em 2022. Isaías Chaves, ortopedista, atende pacientes de sua clínica em Brasília por teleconsultas às terças-feiras. Ele explica que o paciente entra em contato com a equipe de marcação, manda exames prévios e responde um formulário referente ao tratamento, que é avaliado pelo especialista e, em seguida, é realizada a consulta.
Chaves aponta que a teleconsulta é uma alternativa viável para o primeiro contato com o paciente, mas deve ser usada com prudência, pois ainda não é capaz de substituir todas as fases do atendimento. O atendimento remoto vem sendo usado pelo governo federal para aumentar o acesso da população à saúde principalmente nas regiões distantes dos grandes centros.
Há uma previsão de R$150 milhões para a compra de três mil equipamentos multimídia para teleconsulta e instalação de 52 novos núcleos de Telessaúde no país, hoje são 24. Em 2023, as estruturas fizeram o atendimento em 1,2 mil municípios com eletrocardiogramas realizados à distância, com média de 6 mil laudos por dia, segundo o Ministério. Ele tem o objetivo de destinar R$464 milhões neste ano para que estados e municípios façam essa transição para o meio digital.
Os planos de saúde também se adaptaram à demanda e passaram a oferecer opções mais baratas com atendimento de profissionais de áreas diferentes e serviços especializados na telemedicina.