“Tem mais morte por assassinatos ao mês do que por coronavírus’, diz brasileiro que mora na China
Foram registradas 1874 mortes até o momento

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A China emitiu alerta no dia 31 de dezembro de 2019 para a Organização Mundial da Saúde (OMS) de que um vírus até então desconhecido estava se espalhando. Até o momento foram registrados 73 mil casos em 26 países, com um total de 2.007 mortes, a grande maioria, na província de Hubei, onde está localizada Wuhan.
No final de janeiro, toda a cidade de Wuhan, que é considerada epicentro do surto, foi colocada em quarentena pelo governo chinês com o objetivo de conter a disseminação do Covid-19, nome oficial da doença.
Desde então, Rodrigo Duarte vive confinado com a sua namorada dentro do apartamento e só vê outras pessoas através da janela de casa. “A cidade está deserta. Só os profissionais de segurança e de saúde circulam pelas ruas”, diz o brasileiro de 28 anos. Ele já mora em Wuhan desde 2016.
Ele conta que as primeiras informações sobre o novo vírus chegaram quando a cidade estava em clima de festa, na semana entre o Natal e o Ano Novo. Mas o número de casos confirmados começou a crescer rapidamente, e o governo chinês tomou medidas cada vez mais restritivas até anunciar a quarentena de Wuhan. “Não posso falar que foi algo tranquilo, mas foi algo progressivo, passo a passo”, pontuou Rodrigo.
Desde meados de janeiro, a OMS trata o surto do Covid-19 como a uma situação de emergência de saúde, decisão tomada por haver uma preocupação com a ocorrência de casos de transmissão entre pessoas fora da China e com o impacto que o vírus poderia ter em países em sistemas de saúde mais frágeis.
“Em termos de números, esse vírus não é tão alarmante”, opina Rodrigo. “Acho que existe um sensacionalismo que faz com que esta situação pareça ser maior do que realmente é. Coisas piores já aconteceram no mundo e não causaram tanto alarde. Se você parar para pensar, tem mais mortes por assassinatos no Brasil em um mês do que mortes pelo coronavírus no mundo inteiro”, avaliou Duarte.