'Tem que ir para a porta do STF, meu amor', diz Michelle sobre julgamento
Michelle é cotada como eventual candidata no lugar do ex-presidente em 2026

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro se irritou, nesta terça-feira (10), com pergunta sobre o julgamento da trama golpista, no qual seu marido deve depor no STF (Supremo Tribunal Federal) ainda hoje.
"Tem que ir lá para a porta do STF, meu amor", disse à Folha, ao ser questionada sobre expectativa para o julgamento.
Michelle participou na manhã desta terça de um evento contra aborto na Câmara dos Deputados, o Grande Encontro em Defesa da Vida. Enquanto isso, depunham na Corte os ex-ministros da Justiça de Bolsonaro, Anderson Torres, e do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Augusto Heleno.
Ao abordá-la com a pergunta, seus assessores diziam que ela não iria comentar o tema, quando Michelle disse: "Tem que ser profissional, nós estamos num evento pró-vida, que é uma pauta incrível. Por isso que vocês perdem espaço, está vendo?".
"Não sabem aproveitar o momento. Poderiam enaltecer uma pauta tão importante como a vida. Você está falando de julgamento, tem que ir lá para a porta do STF, meu amor. Minha opinião é Brasil sem aborto", completou.
Michelle é cotada como eventual candidata no lugar do ex-presidente em 2026. Ela participou e discurso na abertura do evento, ao lado de parlamentares ligados à pauta, como a deputada Chris Tonietto (PL-RJ) e a senadora Damares Alves (Republicanos-DF).
Em seu discurso, ela disse que o aborto sempre faz parte do "lado obscuro" da história da humanidade e disse que a "nação não vai se curvar a essa prática maligna de assassinato de inocentes".
"Não é luta partidária, não tem sigla, é pelo bem maior, porque Deus entregou nossos filhos, crianças como herança a cada um de nós e nós temos o dever de cuidar e protegê-las", disse, sob aplausos do auditório.
Ao final de sua fala, ele pediu desculpas e disse que deixaria o evento por ter compromissos no PL Mulher, o qual preside. Antes posou para fotos com apoiadores e, ao sair do evento, foi abordada por jornalistas.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participa nesta terça do segundo dia de interrogatórios dos réus do núcleo central da trama golpista de 2022 no plenário da Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal). Seu depoimento é o mais esperado desta terça.
Na segunda-feira (9), após a sessão, ele disse que seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid não teve uma experiência anterior no Poder Legislativo e que, por isso, teria facilidade para falar não a pedidos e conversas que chegassem a ele.
A declaração foi dada a jornalistas no intervalo da primeira sessão.
"Vocês viram. Só tem um colaborador. Só um. Eu nunca disse não para alguém que me procurou. Como ele não teve essa vida pregressa legislativa, podia dizer não", disse Bolsonaro.